Metas para o futuro do Rio são debatidas no ciclo "Cadernos do Fórum"

Planejamento de ações do poder público e desenvolvimento sustentável que produzam mais qualidade de vida para a população traçaram a linha mestra que conduziu o evento Cadernos do Fórum, ciclo de debates realizado ao longo desta semana pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado. Fique por dentro.

Planejamento de ações do poder público e desenvolvimento sustentável que produzam mais qualidade de vida para a população traçaram a linha mestra que conduziu o evento Cadernos do Fórum, ciclo de debates realizado ao longo desta semana pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio. Na segunda-feira (17/5), a necessidade de que o Planejamento Estratégico do Estado do Rio seja executado como política de longo prazo foi a principal reivindicação dos presentes ao debate, que centraram a análise em como transformar um plano em ação, em meio aos enormes desafios existentes. Como soluções foram apontadas a valorização do funcionalismo público e a construção de um corpo técnico que seja capaz de tocar os projetos prioritários independentemente das mudanças políticas. "O servidor público não busca somente a remuneração, mas o reconhecimento. A modernização da gestão pública surge como oportunidade, principalmente no cenário atual de aproximação das Olimpíadas", afirma o professor da Fundação Getúlio Vargas, Ricardo Teixeira.

A inclusão de aulas sobre empreendedorismo nas escolas de ensino básico, médio e superior foi uma das sugestões defendidas durante o segundo dia de debate, na terça-feira (18/5). De acordo com o presidente da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), Paulo Alcântara Gomes, o Brasil possui 19 milhões de empreendedores e é o segundo maior país do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) em empreendedorismo. "Precisamos incluir esta tendência não só através das grades curriculares como também pelo ensino como um todo, modificando a cultura, como a evolução exige", frisou Gomes.

Na quarta-feira (19/5), a desburocratização da máquina pública e as parcerias entre o Governo estadual e as universidades fluminenses para qualificar a mão-de-obra local foram algumas das sugestões apresentadas para transformar a inovação em uma política de estado. "O estado precisa se colocar ao lado do empresariado e passar a ser mais prático. Desburocratizar, acreditar na ética e apostar no resultado são saídas para o desenvolvimento", afirmou o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Carlos Camerini.

Para responder ao desafio de desenvolver um projeto de mobilidade que seja a favor do desenvolvimento econômico, foram sugeridas, na quinta-feira (20/05), a estruturação funcional do sistema de transportes e o planejamento do transporte público integrado ao planejamento urbano. "Temos que aproveitar esta oportunidade (Copa do Mundo e Olimpíadas), mas, mesmo que ela não existisse, teríamos a obrigação de encontrar uma solução. Precisamos de uma mudança e de um choque de investimentos", frisou Nara Maia, consultora da Sinergia Estudos e Projetos.

Na sexta-feira (21/5), o tema "Consumo Consciente" despertou para a importância da reciclagem como elemento chave para o desenvolvimento sustentável do estado e do país, aliado à uma política de desoneração da cadeia produtiva dos produtos reciclados como forma de dinamizar o mercado. "Os governos têm de avaliar cada tipo de indústria e diminuir, ou até mesmo zerar, os impostos para essas empresas. Não pode ter uma tributação mais alta, como foi durante muito tempo, porque assim não se torna algo viável. Se virar economicamente bom, na mesma hora aparecerão interessados em entrar no ramo da reciclagem", disse o presidente do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Brasil Pnuma), Haroldo Lemos.

Em todos os dias, a plateia, formada por membros das nove Câmaras Setoriais do Fórum e especialistas, participou ativamente, contribuindo com perguntas, sugestões e dados. O ciclo de debates será transformado em cinco especiais do Rio em Foco, programa semanal do Fórum exibido na TV Alerj (canal 12 da Net), e em cadernos que reunirão as sugestões de ações apresentadas.

Os encontros foram realizados no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), do Sebrae/RJ, e mediados pela secretária geral do Fórum, a jornalista Geiza Rocha. Além dos nomes já citados, também participaram como palestrantes Gustavo Heck, conselheiro da Escola Superior de Guerra, Ângela Costa, vice-presidente da Firjan, Sergio Malta, superintendente do Sebrae-RJ, Wilma Freitas, Gerente de Educação do Senac-Rio, Ricardo Saur, consultor independente da área de TI, Valdir Monteiro, diretor de Recursos Humanos da CSA, Sergio Magalhães, presidente do IAB, Mauro Osório, economista da UFRJ, Carlos Ely, diretor de Relações com o Governo da Wal-Mart Brasil e Eduardo Bernhardt, biólogo e pesquisador ambiental da Ong Eco Marapendi.

COBERTURA TAMBÉM NAS REDES SOCIAIS

Ativistas das mídias sociais estiveram presentes no evento a convite do Fórum. A jornalista Cristina Dissat, editora do blog Fim de Jogo, que cobre os arredores do Maracanã em dias de jogos, e Tiago Freitas, editor do blog do Programa 15 para as 7, gravado na UniverCidade de Ipanema, contribuíram com a disseminação do ciclo de debates utilizando o Twitter para publicar suas opiniões em tempo real. A participação de ambos está ligada à ação do Fórum de fazer uso das mídias digitais para ampliar o diálogos com a sociedade.

SOBRE O FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO DO RIO

Criado em 2003 pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Jorge Picciani, o Fórum de Desenvolvimento do Rio é formado por 28 entidades e universidades, além da própria Alerj. Desde que foi criado, o Fórum tem debatido temas considerados estratégicos para o estado do Rio de Janeiro. Energia, logística, desenvolvimento agrário e industrial, sustentabilidade são alguns dos assuntos que mobilizam o grupo calcado no tripé Parlamento / Sociedade Civil / Universidade.

Além dos debates promovidos no Plenário da Alerj, que colocaram na pauta das políticas públicas do Estado a importância das parcerias público-privadas; do desenvolvimento do setor de petróleo e gás; do fomento à inovação tecnológica; da proteção do meio ambiente; da infraestrutura aeroportuária e da pesca, dentre outras atividades, representantes das entidades e universidades.