Cidades e Mudanças Climáticas: especialistas apontam alternativas

A receita para ingressar na atual "revolução verde" passa pela integração das políticas governamentais nos níveis federal, estadual e municipal, entre outros fatores. Essa é a conclusão do 1º Encontro Cidades e Mudanças Climáticas, promovido pelo CEBDS e o WBCSD, na última quinta-feira, dia 6 de maio, no Rio de Janeiro. Clique aqui e saiba mais.

O país precisa fazer o dever de casa para entrar de vez na rota da sustentabilidade e da economia de baixo carbono. A receita para ingressar nesta "revolução verde" passa pela integração das políticas governamentais nos níveis federal, estadual e municipal; pela participação efetiva das empresas; pela produção de conhecimento científico; pelo desenvolvimento de novas tecnologias; e pelo estabelecimento de um plano de adaptação para este novo cenário. Essa é a conclusão do 1º Encontro Cidades e Mudanças Climáticas, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), na última quinta-feira, dia 6 de maio no Rio de Janeiro.

Parte do projeto Sustentável 2010: Ciclo de Encontros sobre Sustentabilidade e Gestão Responsável, o evento reuniu empresários, gestores públicos, pesquisadores e representantes de uma série de orgãos da sociedade civil para apontar soluções e debater o papel das cidades diante das mudanças climáticas. Uma constatação ficou patente para os palestrantes: se os desafios são grandes em termos estruturais, regulatórios, legislativos, ambientais, econômicos e tecnológicos para reduzir os impactos das emissões de gases do efeito estufa (GEE), as oportunidades também são muitas.

Ao fazer a palestra sobre o tema "Além de Copenhagen - a corrida verde",  Bjorn Stigson, presidente do WBCSD, traçou um cenário internacional sobre adaptação e negócios. "Existe uma corrida entre os países para liderar a economia de baixo carbono. Os países líderes deste processo já perceberam que o mundo será diferente", comentou Stigson, destacando as oportunidades que as empresas terão para construir a infraestrutura e desenvolver soluções tecnológicas para esta transformação.

"Neste processo, é necessária a parceria entre a sociedade civil e os governos", apontou o presidente do WBCSD.  Para a presidente do CEBDS, Marina Grossi, a política de adaptação para a economia de baixo carbono e sustentabilidade ainda não tem destaque no planejamento urbano.  No encontro, Marina Grossi apresentou os resultados de pesquisa feita pelo CEBDS e a Market Analisys que avaliou a percepção sobre os efeitos das mudanças climáticas para as cidades.

Com foco no tema adaptação para as mudanças climáticas e seus efeitos para as cidades, o primeiro painel reuniu, além de Stigson, os pesquisadores da Coppe/UFRJ Suzana Kahn, Maria Silvia Muylaert e Cláudio Neves;  Sergio Besserman Vianna, assessor especial da Prefeitura do Rio de Janeiro; Branca Americano, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente; e Andrea Young, pesquisadora da Unicamp.

Com a dinâmica de perguntas dirigidas aos palestrantes, o segundo painel procurou traçar cenários para a construção sustentável e as oportunidades que serão criadas pela Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em torno da sustentabilidade.  Um dos grupos do painel contou com a participação de Carlos Eduardo G.de Almeida, presidente da Câmara Temática de Construção Sustentável do CEBDS; Laura Valente de Macedo, diretora Regional para a América Latina e Caribe do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade); e Marcelo Takaoka, do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS).

Do outro grupo participaram Maria Salette de Carvalho Weber, coordenadora geral do PBQP-H da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades; Márcia Valle Real, superintendente de Clima e Mercado de Carbono da Secretaria de Estato do Meio Ambiente; Solange Nogueira, gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras/Procel; Adailton Ferreira Trindade, gerente nacional da Caixa Econômica Federal; e Altamirando Moraes, subsecretário municipal de Meio Ambiente.