CEO dá chaves para o sucesso da marca Osklen

Em entrevista concedida ao Fórum de Desenvolvimento do Rio, Luís Justo, diretor da grife, fala sobre os atributos que uma marca deve possuir para se estabelecer no mercado global. Atualmente, a Osklen exporta seus produtos para o Japão, Chile e Oriente Médio, e tem 62 lojas espalhadas pelo Brasil e por cidades como Milão, Nova Iorque e Roma.

"Na Osklen o DNA da marca é muito evidente, tudo o que é produzido remete a um conceito, com uma autenticidade própria", afirma o  CEO da marca, Luís Justo. Para ele, o sucesso de uma marca se baseia no tripé conceito (estilo e autenticidade), design (estética e qualidade) e valores (sustentabilidade).

E deve ser verdade, pois atualmente, a marca exporta seus produtos para o Japão, Chile e Oriente Médio, e tem 62 lojas espalhadas pelo Brasil e por cidades como Milão, Nova Iorque, Miami, Tóquio e Roma, além de showrooms em Nova Iorque, Los Angeles, Atenas e Milão.

De acordo com Justo, desde a peça, até a ambientação da loja, os vídeos exibidos e as músicas tocadas buscam levar o cliente à experiência que originou o processo de criação daquela coleção. Nessa linha, é fundamental que as pessoas em contato direto com o cliente sejam treinadas para informar qual a origem daquele material e como a peça foi desenvolvida. ‘’Trabalhamos com o ícone visual de reconhecimento do padrão de qualidade Osklen, A experiência com a marca deve extrapolar o espaço da loja’’,  dá a receita.

Sobre o design, o diretor ressalta que o cliente é um multiplicador do conceito embutido na peça, “o seu produto tem que ter uma história para contar”, aconselha. Neste sentido, a Osklen trabalha com a causa ambiental, por exemplo, grande parte das matérias-prima têm origem sócio-ambiental correta.

Nesta entrevista, o diretor Luís Justo fala sobre que outros atributos deve ter uma marca para se estabelecer no mercado global:

Baseando-se nos seus 10 anos de experiência com a Osklen, que conselhos você daria para que pequenos e micro empreendedores possam construir do zero, sem recursos, sua identidade?

Não há uma receita de bolo, mas se você pensar em uma boa história para contar para o seu cliente, criar um DNA, uma identidade real, não tenho dúvida de que se for consistente, o sucesso virá. Hoje temos ferramentas que estão ao alcance de qualquer um, por exemplo as ferramentas online, com baixíssimo custo, você pode começar um buzz (marketing) de uma história e isso se propagar. Com uma equipe criativa e essas ferramentas você pode começar uma história de sucesso. O gestor deve entender o comportamento do seu público, além de montar uma equipe multidisciplinar, com pessoas que se complementem e se desafiem. Acrescente-se a isso a necessidade de superação e avaliação constante do negócio em questão.

A empresa deve apontar para o desafio ecológico para ser bem-sucedida no mercado?

A fase na qual a sustentabilidade era só marketing passou. Os consumidores buscam saber se a história é para valer. A sustentabilidade está ligada à perpetuidade do negócio. As práticas sustentáveis se tornaram agenda e não podem ser vistas hoje como meros instrumentos de comunicação. No caso da Osklen, temos como uma das causas a esponsabilidade sócioambiental. Esse é o ponto forte, que traz consistência para a nossa marca.  Os materiais usados são mapeados e desenvolvidos em comunidades de baixa renda, com um processo industrial limpo.  A empresa foi a primeira rede de varejo de moda do mundo a neutralizar suas operações de compensação de créditos de carbono.

Sobre a rivalidade RJ-SP, quais as principais diferenças no mercado da moda nesse eixo para o desenvolvimento de um estilo?

A rivalidade RJ-SP hoje é algo mítico. O mercado de São Paulo, por exemplo, aceita muito bem o conceito da nossa marca, que remete à Ipanema, pois isso é encarado como um estilo de vida do brasileiro, muito mais do que do carioca. Mais do que uma questão regional da empresa, a marca são vistas pela consistência do trabalho. Hoje a ponte aérea RJ-SP é o que tem de melhor do Brasil para nos representar lá fora.

Que outros conceitos o senhor identifica como interessantes para uma marca?

O conceito se define para a marca como lifestyle, e por meio dele se identificam nichos de clientes.  Mas o que deve englobar esses nichos é o estilo específico da marca. No caso da Osklen, a vida real é o principal objeto de inspiração, o homem/mulher contemporâneo, com a sua vida preenchida por informações constantes, internet, busca de bem-estar, prática de esportes e espiritualidade, resultam no design da marca.

Qual o valor da franquia para a expansão do negócio?

Qualquer negócio tem seus riscos e suas oportunidades. Dentro da Osklen, temos franqueados tanto no Brasil, como internacionalmente. A chave para bons resultados é um recrutamento ideal de sócios, de parceiros franqueados. É necessário que estes tenham a mesma percepção de como trabalhar a marca. Não se trata apenas de expandir o mercado, e sim de obter uma contribuição do mercado local.

Como você avalia os cursos de moda existentes hoje no Brasil?

O meio acadêmico de moda é recente no Brasil, porém tem evoluído bastante, principalmente na área criativa. Há 10 anos, o mercado de moda era pouco profissionalizado, baseado somente nos nomes das empresas. Hoje isso tem mudado. A formação específica em moda vem ajudando na montagem de times de criação mais competentes.