Programa do Governo do Estado ajuda microempresas a exportarem

Coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), o Rio Expoint, que fomenta atividades do comércio exterior por meio das micro e pequenas empresas, conta com um Comitê Gestor, formado por entidades que oferecem um conjunto de ferramentas para levar empresários à primeira exportação.

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) vem coordenando um programa chamado Rio Expoint, que fomenta atividades do comércio exterior por meio das micro e pequenas empresas. Com a ajuda de um Comitê Gestor formado pelo Sedeis, MDIC, CEF, CASA CIVIL/SSRI, Correios, INT, Sebrae/RJ, Firjan, Unesa, Alerj, Redetec, BB, PUC/RIO e UCP, é oferecido um conjunto de ferramentas de apoio para empresários que desejam exportar pela primeira vez.

O Fórum de Desenvolvimento do Rio conversou com André Wanick, superintendente do Sedeis, que explicou o papel do programa Rio Expoint e como funciona o Primeira Exportação.

O que é o programa Rio Expoint?

O Rio Expoint é um programa do Governo do Estado que fomenta atividades do comércio exterior por meio das micro e pequenas empresas. Estão previstos no programa seminários, cursos e uma série de ações voltadas exclusivamente para estimular o comércio exterior entre os pequenos e microempresários, como o programa Primeira Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A coordenação do Rio Expoint é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), que organiza as atividades por meio de um Comitê Gestor, formado pelos Correios, Sebrae-RJ, Mdic, Universidade Estácio de Sá, PUC-Rio, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e INT, que possuem as ferramentas de apoio para estes empresários.

Qual o papel do Comitê Gestor neste processo?

Ao reunir todas estas entidades, nós conseguimos por meio do programa sistematizar as diversas ferramentas oferecidas e percebemos algo muito interessante: todas caminhavam para um mesmo objetivo, que é o de levar o empresário a sua primeira exportação. Então sistematizamos as etapas, unimos essas ferramentas e produzimos um passo-a-passo. É um projeto piloto, com treze empresas, que está começando agora no estado do Rio de Janeiro. Vamos oferecer desde treinamento, visita técnica à empresa, oferecimento de estagiário e recursos para adequação de uma mercadoria. E a partir disso vamos mensurar os resultados.

Como foi feita a seleção das treze empresas?

Instituições como Banco do Brasil, Sebrae-RJ, Correios, até a própria secretaria têm um banco de dados de empresas que já exportaram, seja pelo Exporta Fácil, seja pelos treinamentos do Sebrae etc. Nas reuniões do Comitê Gestor, quando iniciamos o Primeira Exportação, cada instituição ficou encarregada de levantar no seu banco de dados empresas com potencial exportador. Procuramos saber, por exemplo, quem já exportou pelo Exporta Fácil e, com essa listagem, começamos a filtrar e a consolidar toda essa listagem. A partir dali fomos fazendo uma série de filtros para chegar ao número de 40 empresários. Nós os convidamos para uma reunião no Governo e apresentamos o projeto. Após a apresentação foi oferecido para eles um termo de adesão, e vinte empresários se manifestaram a favor de participar.

E qual o diferencial, na sua opinião, deste projeto para os anteriores?

Muitas vezes nós fazíamos seminários e outras ações para disseminar a cultura exportadora, mas não tínhamos parâmetros para saber, por exemplo, se aquele empresário que havia iniciado o treinamento há um ano tinha chegado a exportar. Queríamos um programa que tivesse um sistema onde pudéssemos colocar essas empresas e acompanhar o passo-a-passo. Hoje esse sistema existe e qualquer membro do Comitê Gestor pode acessá-lo para saber, por exemplo, se essa ou aquela empresa já recebeu visita da INT, se já está em processo final de adequação tecnológica, se já fez uma missão empresarial com a Firjan ou com o Sebrae para promover o seu produto etc. A ideia era acompanhar um grupo reduzido de empresas, mas que vai efetivamente chegar à exportação. São empresas que já possuem um aporte, mas que precisam ser acompanhadas por instituições de apoio.

Mas este trabalho é feito não só com empresas que nunca exportaram?

Isso. Porque o pequeno empresário às vezes exporta uma vez e para, não exporta mais, porque não recebeu a capacitação suficiente para manter o cliente, ou às vezes fez o preço errado e por causa disso a primeira exportação dele foi um desastre. Existe muito essa questão de fazer preço. O Sebrae tem um curso para ensinar isso. O objetivo nosso é fazer com que o pequeno empresário chegue à primeira exportação com segurança.

Você poderia falar mais a respeito do sistema?

O sistema do Mdic se chama Sistema Primeira Exportação, que atende perfeitamente o Comitê Gestor. Esse sistema veio para o Rio de Janeiro e lá são inseridos dados dessas empresas. Em vez de cada entidade ter o seu próprio banco de dados, fizemos uma ação conjunta.

Quais os gargalos e tendências que o Comitê identificou no que diz respeito à exportação?

Existem várias dificuldades. Uma delas é identificar um mercado para estas empresas. Isso custa caro. Então, para isso serve o apoio da Casa Civil, da Apex, que ajudam a identificar esse mercado. Houve uma discussão sobre se o foco deveria ser a América Latina, mas não sabíamos se realmente, dentro do setor que elas atuam, seria a melhor opção. Então por isso existe o diagnóstico, que, anterior a todo o processo de exportação, serve para identificar quem é essa empresa, o que ela precisa e como vamos encaminhá-la para a primeira exportação. E o papel do Governo é o de fazer com que todas essas ações estejam em consonância com as diretrizes do estado.

Quais seriam os principais benefícios para as micro e pequenas empresas entrando no Primeira Exportação?

O projeto Primeira Exportação é voltado para micro e pequenas empresas no estado do Rio de Janeiro. A priori é multisetorial e tem como foco de levar o empresário à sua primeira exportação. Trabalhamos com empreendedores que exportaram e pararam em algum momento ou com aqueles que nunca exportaram. A ideia é fazer com que aqueles que tem determinados produtos possam fazer algum tipo de adequação tecnológica ou passar por um processo de qualificação de gestão. E que a empresa também vislumbre no mercado externo uma boa forma de vender estes serviços.