Índia: potencial comercial a ser explorado

Seminário promovido pelo Fórum de Desenvolvimento Estratégico põe em debate as possibilidades de intercâmbio político e econômico entre Índia e Brasil. Foi consenso entre os presentes que ambos os países teriam muito a ganhar com a intensificação das relações comerciais

 "Lembro que a Índia foi uma das causas para o descobrimento do Brasil. Está na hora de nos redescobrirmos", disse o representante do The Jai Group, grupo indiano de exportação no Brasil, Rakesh Vaidyanathan, durante o seminário "Fazendo Negócios com a Índia - Edição Rio", realizado no dia 17/08/2004, no plenário da Alerj. Organizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, em parceria com a Câmara de Comércio Indústria e Agropecuária Índia-Brasil e com o Consulado da Índia em Minas Gerais, o evento reuniu parlamentares, empresários e representantes do governo para discutir as possibilidades de parcerias e discutir o potencial de um país que possui 350 milhões de pessoas na classe média.

Segundo o ministro diplomático da Índia, S. Swaminathan, existem muitas semelhanças entre o Brasil e a Índia, e as áreas de cooperação mútua aumentaram muito nos últimos anos.

"Em 2002 e 2003, ultrapassamos a marca de um bilhão de dólares nas relações comerciais entre Brasil e Índia, e isso não chega nem perto do potencial que podemos atingir", garantiu. Ele lembrou que o Brasil possui know-how nas áreas de infra-estrutura e de matérias-primas que pode e deve ser explorado. "O Brasil já está participando da construção de ferrovias no Norte da Índia", lembrou.

O diretor de Logística da Companhia Vale do Rio Doce, Guilherme Laager, esteve na Índia duas vezes este ano e pôde conferir o potencial do país. "A Índia é um território virgem com muitas oportunidades e um mercado consumidor crescente", observou. Além das áreas reconhecidamente desenvolvidas, como a indústria cinematográfica e de tecnologia da informação, Laager lembrou que o intercâmbio entre universidades indianas e brasileiras e as alianças estratégicas entre indústrias são essenciais para estreitar os laços entre os dois países. "O momento é oportuno, os interesses comuns e as parcerias, necessárias", analisou.

Para Rakesh Vaidyanathan, enquanto a China é o presente, a Índia é o futuro. "Estamos fazendo hoje o que a China fez há 15 anos. Se o Brasil souber aproveitar a oportunidade e realizar parcerias em áreas estratégicas, como as de agricultura e pecuária, poderemos crescer juntos", disse o representante do The Jai Group, lembrando que a Índia cresceu aproximadamente 6% nos últimos dois anos.

Para o então diretor do Fórum Permanente, Mauricio Agnelli, o evento de estréia das atividades do fórum atingiu seu principal objetivo: mostrar as potencialidades de negócios entre os países e os mecanismos que podem facilitar as transações comerciais e aumentar os laços políticos indo-brasileiros.

 

Cobertura da Comunicação Social da Alerj

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