Câmara debaterá formas de desenvolver a indústria criativa no estado

A produção audiovisual, assim como as atividades ligadas à criação, produção e distribuição de produtos culturais, está inserida na economia criativa. Em 2010, a Câmara Setorial (CS) de Comércio de Bens e Serviços do Fórum de Desenvolvimento do Rio estudará estratégias que fomentem o crescimento do setor no estado.

A promoção da imagem do Rio de Janeiro quanto locação para produções audiovisuais foi um dos temas de discussão identificados pela Câmara Setorial (CS) de Comércio de Bens e Serviços para 2010. Durante reunião realizada nesta quarta-feira (3/2), na sede da Fecomércio-RJ, o presidente da Rio Film Comission, Steve Solot, que representa a Amcham-RJ, alertou para a necessidade de colocar o Rio no mapa do turismo audiovisual “Os impactos na economia são benéficos e abrangem os setores da cultura, entretenimento e negócios”. Segundo Solot, que se propôs a fazer uma apresentação na Assembléia Legislativa do Rio sobre a entidade, a Rio Film Comission realiza o trabalho de atração das produtoras internacionais e promove a capacitação e qualificação da mão-de-obra junto com entidades internacionais e o Sebrae-RJ. Mais do que estrutura operacional, para Steve Solot a falta de um fundo setorial audiovisual no nível estadual representa um entrave que precisa começar a ser discutido com os legisladores.

A produção audiovisual, assim como as atividades ligadas à criação, produção e distribuição de produtos culturais, está inserida na economia criativa. Mesmo com a abertura de departamentos para identificação das principais demandas e as formas de desenvolvê-la no Rio, é preciso criar meios de consolidá-la no estado. Para impulsionar este processo, o Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria Estadual de Cultura estão organizando um seminário de dois dias para debater o tema. “O objetivo é reunir especialistas e interessados no tema, bem como representantes destas entidades e as universidades para formular propostas concretas e alternativas para fomentá-la”, adiantou a Secretária-Geral do Fórum, Geiza Rocha.

Para Sergio Paiva, representante da Fecomércio-RJ, a iniciativa da Rio Film Comission é pertinente ao foco da Câmara Setorial, mas a atração de novos eventos e produções para o estado deve estar acompanhada da melhoria na infraestrutura da cidade e do estado. “O que vemos hoje são as agendas dos locais que abrigam estes grandes eventos lotadas e espaços que não atendem a demanda”, comentou Paiva, ressaltando que é comum à cultura do brasileiro avançar sem planejamento. “Não podemos fazer como o professor Darcy Ribeiro na inauguração da Universidade Nacional de Brasília. Na ocasião, teriam perguntado a ele o que fazer entre os prédios e a orientação foi que entre os prédios fosse plantada grama porque na medida em que as pessoas caminhassem por cima delas se descobriria o melhor local para fazer os caminhos”, citou. Paiva relacionou o fato à criação do bilhete único, implantado no dia 1º de fevereiro, que segundo ele deveria ter sido antecedido da otimização das linhas e dos meios e modais de transporte na cidade.

Além destes temas, farão parte da agenda da Câmara Setorial de Comércio de Bens e Serviços para 2010 o debate sobre a lei anti-fumo, o excessivo número de leis que obrigam os comerciantes a afixarem cartazes em suas lojas, a desburocratização e a propriedade intelectual, com foco no combate à pirataria.