Os desafios da responsabilidade social no setor de petróleo e gás

Hoje, a discussão sobre responsabilidade social já não é tão nova, mas ganha relevância quando consideramos um grande desafio da humanidade: as mudanças climáticas. Confira o artigo de Carlos Augusto Victal, coordenador de responsabilidade social do IBP, que explica como a instituição está implementando práticas e conceitos de melhoria para o meio ambiente.

Por Carlos Augusto Victal (*)

É importante lembrar que a origem do Movimento de Responsabilidade Social na Indústria de Petróleo e Gás está fortemente ligada ao Congresso Mundial de Petróleo realizado no Brasil em 2002, quando pela primeira vez esta temática foi levantada naquele que é considerado a "Copa do Mundo" do setor. Como consequência, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) recebeu a responsabilidade de montar uma Comissão sobre Responsabilidade Social Corporativa para orientar e dar suporte as suas empresas associadas na implementação dos conceitos e práticas de responsabilidade social.

Hoje, a discussão sobre responsabilidade social já não é tão nova, mas certamente nunca foi tão atual e urgente. E ganha ainda mais relevância quando consideramos o maior desafio da humanidade neste século: as mudanças climáticas.

Os especialistas em meio ambiente afirmam que fenômenos como o aquecimento global são resultado direto da ação do homem, consequência do avanço da sociedade moderna e seu modelo civilizatório, pouco cuidadoso e responsável com a Natureza. O conceito de sustentabilidade e responsabilidade social é hoje uma realidade e toda a sociedade é convocada a fazer a sua parte, cuidando para que haja um futuro para as próximas gerações.

A indústria de petróleo e gás faz parte de um cenário ainda mais desafiador. Estimativas indicam que a demanda global por energia deve aumentar em 50% até 2050. O desafio é o de atender esta demanda, e também reduzir as emissões de CO2 oriundas da queima de combustíveis fósseis, responsáveis por mais da metade da energia utilizada no planeta.

MOMENTO DE MUDANÇAS E INVESTIMENTOS ADEQUADOS

Dentro do novo contexto energético, as empresas precisam buscar soluções rápidas, além de adequar os investimentos de forma a priorizar os avanços tecnológicos, a eficiência energética e a busca de fontes alternativas de energia.

O momento é de mudanças e a indústria entende que a adaptação não será fácil. Mas o ponto chave de toda essa discussão é trabalhar soluções mais eficazes com a ajuda de toda a sociedade. O foco é não repetir os erros do passado.

Parte do desafio para sustentabilidade do setor é o de conciliar interesses diversos. Isso inclui o diálogo com governo, órgãos reguladores, cadeia produtiva, empresas parceiras, organizações da sociedade civil e entidades de classe, funcionários, consumidores e comunidades localizadas em regiões de operações dessas empresas. Uma das chaves do aprendizado é estabelecer relações de igual benefício entre todos os atores, contempladas em seus legítimos interesses.

Os especialistas em Responsabilidade Social afirmam que essas transformações exigirão um esforço maior de toda a sociedade para quebrar velhos paradigmas e a forma como o indivíduo interage com o meio ambiente. O objetivo é desafiador e as propostas são amplas, mas o IBP ao estabelecer o diálogo e provocar a reflexão, através de sua Comissão de Responsabilidade Social Corporativa, já deu o primeiro passo.

No entanto, a partir de agora esse será um desafio de toda a indústria de petróleo e gás e a Comissão de Responsabilidade Social Corporativa ciente do seu objetivo de promover a conscientização continuará através da disseminação de informações e difusão de conhecimento, principalmente junto aos profissionais das demais Comissões Temáticas do IBP, cumprindo o seu papel de mostrar que a responsabilidade social é o caminho para o desenvolvimento sustentável.

*Carlos Augusto Victal é coordenador de responsabilidade social do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.