Especialistas sugerem a criação de um instituto estadual de geotecnia

No 2º Seminário sobre Prevenção de Acidentes em Encostas, realizado no Clube de Engenharia, representantes do governo e profissionais de engenharia e geologia debateram soluções que visam dar apoio técnico às prefeituras e formar uma linha de ação para evitar que acidentes como os ocorridos em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense se repitam.

A proposta de criação de um instituto de geotecnia para o estado do Rio de Janeiro foi um dos principais assuntos debatidos no 2º Seminário sobre Prevenção de Acidentes em Encostas, realizado nesta sexta-feira (15/01), no Clube de Engenharia. A ideia, lançada pelo presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, parte da constatação da dificuldade enfrentada pelas prefeituras, responsáveis por todo o trabalho de prevenção e contenção de encostas, de contratar geotécnicos para fazer este trabalho. "A função de cuidar das encostas é basicamente municipal, mas a proposta de se criar um órgão técnico de suporte particularmente me agrada. Vou encaminhá-la ao governador Sérgio Cabral", afirmou a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, que participou do encontro e apresentou fotos recentes de deslizamentos de encostas no estado do Rio de Janeiro.

O engenheiro Luiz Otávio Vieira, diretor da Geo-Rio, mostrou como o órgão atua na cidade do Rio de Janeiro e citou serviços importantes como o sistema Rio-Alerta, que avisa as autoridades quando ocorre alguma chuva que possa afetar áreas em encostas. "A Fundação Geo-Rio, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Obras da cidade, tem anos de experiência acumulada e seu trabalho poderia servir como base para a construção deste órgão, que se chamaria Instituto Estadual de Geotecnia (IEG)", sugeriu Bogossian.
 
Dentre os objetivos do IEG estariam dar apoio técnico às prefeituras; prestar esclarecimento à opinião pública; e formar uma linha de ação para evitar que acidentes como o ocorrido em Angra dos Reis se repitam. "Para que a prefeitura possa exercer a sua função legal, ela precisa ter um apoio técnico. E quem pode dar esse apoio técnico, no meu entender, seria o governo do estado", defende o presidente do Clube.

O 2º Seminário sobre Prevenção de Acidentes em Encostas foi realizado pelo Clube de Engenharia, entidade que faz parte do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro. ´Participou também do encontro o geólogo Flávio Erthal, diretor do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) que exibiu um mapeamento das áreas de risco do estado.

Também organizaram o encontro o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ), a Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS), a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE) e o Comitê Brasileiro de Mecânica das Rochas (CBMR).