Zona Oeste mobiliza Alerj

A Zona Oeste do Rio pode ser o novo pólo de crescimento da região metropolitana. É o que aponta pesquisa inédita do Instituto de Economia da UFRJ apresentada em debate organizado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio

População de quase dois milhões de habitantes, área equivalente a um terço do município do Rio de Janeiro e comércio exterior da ordem de R$ 1 bilhão ao ano. Se fosse uma cidade, a Zona Oeste do Rio seria a segunda mais populosa do estado (São Gonçalo ocupa atualmente a posição, com 950 mil habitantes), estaria entre as cinco que mais arrecadam e seria o município com maior concentração industrial.

Os números impressionam ainda mais quando comparados aos indicadores sociais, alguns dos mais baixos do estado. Por isso um grupo de líderes empresariais, pesquisadores universitários, políticos e representantes do governo colocou em marcha um projeto para transformar esse potencial em desenvolvimento social e econômico. 

O debate "Desenvolvimento econômico local da Zona Oeste: diagnóstico e agenda de ações", realizado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio nesta segunda-feira (29/06/09), no plenário da Assembleia Legislativa (Alerj), reunindo representantes do Governo estadual, prefeitura, parlamentares e acadêmicos, foi o primeiro passo de uma agenda de ações que começa a ser implementada.

O trabalho tem como base uma pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da UFRJ, sob coordenação da economista Renata La Rovere. O estudo cruzou dados do IBGE e da prefeitura, entrevistou empresários e moradores, e levantou informações de empresas da região. O diagnóstico mostra que os entraves ao desenvolvimento envolvem questões antigas, como infraestrutura deficiente, problemas de segurança pública, e ausência de uma política de capacitação profissional alinhada com as necessidades das empresas locais. Para alinhavar todas essas esferas, faltava articulação política que direcionasse os esforços e garantisse uma agenda de ações conjunta.

"Sempre que a universidade se aproxima, quem ganha é a população. O papel do Fórum de Desenvolvimento e da Alerj é promover o debate e mediar essa discussão", afirmou o presidente da Alerj e do Fórum, deputado Jorge Picciani (PMDB).  Ele explica que, com base nos resultados da pesquisa, as 28 entidades que compõem o Fórum, entre elas a própria Alerj, a Fecomércio, Firjan, ACRJ e a UFRJ, vão agora debater e propor encaminhamentos nas áreas que afetam diretamente o crescimento econômico, como transporte, comércio exterior e desenvolvimento sustentável.

"O que este debate nos aponta: que temos que unir as três esferas de poder: o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. E o Poder Legislativo estadual vai trabalhar para destravar aquilo que está paralisado. Nós queremos dar ênfase às obras do Arco Metropolitano, já que uma das dificuldades que o estudo apontou foi a falta de infraestrutura. Agora estamos no caminho certo, mas é preciso saneamento e  investimento", completou Picciani.

A pesquisa foi realizada entre 2007 e 2009 e teve colaboração da Faetec e do Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável (Nucleo Inox). O trabalho confirmou a vocação industrial da Zona Oeste, que já conta com grandes empresas que podem servir de âncora para a instalação e desenvolvimento de empresas menores, formando uma cadeia de fornecedores, clientes e parceiros. Grandes companhias como Michelin, Gerdau, Falmec e ThyssenKrupp fazem parte do parque industrial da Zona Oeste.

A agenda de desenvolvimento apresentada durante o debate pelo empresário Peri Cozer, vice-presidente do Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável (Núcleo Inox) e um dos pioneiros na promoção do desenvolvimento local da Zona Oeste, contempla  uma lista de 12 itens separados em três esferas: investimentos públicos em infraestrutura, saúde e educação; fomento aos investimentos privados e atração de negócios; e trabalho conjunto alinhado entre setor público, empresários e sociedade civil.

A debate desta manhã já teve desdobramentos. O vereador Rogério Bittar (PSB), presente ao evento, afirmou que vai sugerir que o estudo seja incorporado ao Plano Diretor do município.

  • Jorge Picciani_Erica Ramalho-Alerj
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