Fórum sugere ao Parlamento princípios de sustentabilidade

Foi publicado no Diário Oficial documento da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio que apresenta os princípios norteadores da sustentabilidade e as ações desejáveis para colocá-la em prática. O texto é fruto de uma série de reuniões realizadas pelo grupo. Saiba mais.

Foi publicado no Diário Oficial do Poder Legislativo desta quarta-feira (16/12) documento produzido pela Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio que apresenta os princípios norteadores da sustentabilidade e as ações desejáveis para colocá-la em prática. O texto é fruto de uma série de reuniões realizadas pelo grupo, que propõe ao Legislativo a adoção de ações que promovam o desenvolvimento sustentável do estado. "Atingir o desenvolvimento de forma sustentável é imprescindível para que as futuras gerações tenham qualidade de vida. O documento tem como objetivo explicitar os três grandes desafios impostos à sociedade e alguns exemplos de atividades fundamentais para que a humanidade possa atingir a sustentabilidade", ressalta o representante da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Haroldo Mattos de Lemos, que preside o Brasil Pnuma.

Para o presidente da Alerj e do Fórum, deputado Jorge Picciani (PMDB), o documento se soma a uma série de medidas práticas que estão adotadas pelo estado do Rio de Janeiro. "Nos últimos anos o Parlamento tem avançado em direção a uma legislação que protege o meio ambiente ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento econômico e social da população. A contribuição da sociedade civil organizada e da universidade por meio do Fórum é fundamental para mostrar que além de urgentes, as ações em prol do desenvolvimento sustentável são possíveis", ressalta o deputado.

A Câmara de Desenvolvimento Sustentável é um dos nove grupos temáticos que compõe o Fórum de Desenvolvimento do Rio. Fazem parte dela técnicos e representantes da ACRJ, Abes-Rio, Amcham-Rio, Adesg, Cebds, Clube de Engenharia, Fecomércio, Sebrae-RJ, Firjan, FGV, Fetranspor, IBP, PUC-Rio, Uerj, UFRJ e Uenf.

Abaixo a íntegra do documento:

Princípios norteadores para o desenvolvimento sustentável:

1. Garantir disponibilidade de recursos naturais para produzir bens e serviços que a humanidade necessita diariamente;

2. Não jogar sobre a biosfera mais resíduos e poluição do que ela é capaz de absorver;

3. Incentivar a redução das desigualdades sociais.

Ações desejáveis:

Criar leis que incentivem:

1. A melhoria da educação e conscientização da população em todos os níveis, com ênfase na sustentabilidade;

2. O planejamento familiar;

3. Medidas que coloquem a economia a favor do desenvolvimento sustentável: taxar menos o que queremos incentivar (emprego e renda) e taxar mais o que queremos reduzir (uso de recursos naturais escassos e geração de resíduos e poluição);
* Em 1994, a Noruega criou uma taxa sobre consumo de combustíveis fósseis e reduziu a taxa sobre emprego. Conseguiu que as empresas gastassem menos combustíveis fosseis e conseguiu reduzir o desemprego.

4. A redução do consumo de recursos naturais com a adoção de tecnologias mais eficientes, redução de desperdícios, reciclagem e reuso de recursos naturais – particularmente os não-renováveis – e mais limpas que reduzam a geração de resíduos e a emissão de poluentes;

5. A conservação da base ambiental – solos, água, biodiversidade, etc.;
* Segundo dados do Pnuma, 6 milhões de hectares por ano estão se transformando em desertos e 1/3 dos países do mundo já enfrentam escassez de água.

6. A adoção do transporte de massa;

7. A adoção de hábitos de vida saudáveis;

8. A universalização do saneamento básico;
* Cada R$ 1 aplicado em saneamento básico representa a economia de pelo menos R$ 4 em despesas hospitalares.

9. O consumo responsável: redução de consumo supérfluos e orientar as compras públicas para produtos e serviços menos impactantes ao meio ambiente;
* Dar preferência a produtos e serviços certificados pelas normas internacionais da ISO e outros certificações ambientais (FSC, ABNT, etc)
* Usar a metodologia da “Avaliação do Ciclo de Vida” para comparar produtos diferentes que exercem a mesma função. Muitas vezes substituir um material por outro, provoca ainda mais danos ao meio ambiente, seja pelo processo de produção em si ou pelo uso e descarte do produto.

10. Habitação - green building.
* Incentivar a construção de prédios mais eficientes no consumo de energia que aproveitem a água da chuva, etc.