Para estreitar as relações comerciais entre Brasil e Rússia

Evento promovido pelo fórum discute as maneiras de inteisificar o comércio entre os dois países. Entre dignatários, políticos e empresários russos presentes, houve um consenso: há espáco para progredir

"Dezenas de milhares de quilômetros separam o Brasil da Rússia, mas ao mesmo tempo temos muito em comum". Explorar as semelhanças lembradas pelo embaixador da Federação Russa no Brasil, Vladimir Tyurdenev, e estreitar os laços comerciais e de cooperação científica foram as motivações do encontro realizado no dia 28/04/05 pelo Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio de Janeiro, na Alerj. À mesa sentaram-se parlamentares russos, fluminenses e empresários dos dois países, para tomar conhecimento dos potenciais energéticos, científicos e comerciais daquele país.

O presidente da comissão de Minas e Energia da Alerj, deputado Edmilson Valentim (PCdoB), intermediou o convite feito ao embaixador, ao lado do presidente do Fórum, Maurício Agnelli. Para Valentim, o papel da Alerj neste processo é estratégico. "É papel desta Casa fazer com que nossa atividade política seja a ponte para parcerias nacionais e estrangeiras", ponderou. Além de promover o encontro, a Casa também estabeleceu a meta de intermediar as parcerias entre os dois países em solo russo. O Legislativo fluminense recebeu o convite, da Câmara de Comércio Brasil-Rússia, para participar de uma missão comercial, com representantes de empresas e do Executivo, em junho.

Para o senador Alexey Shishkov, membro do Comitê de Segurança e Defesa da Federação Russa, os encontros entre representantes dos dois países - que começaram com a visita do presidente Vladimir Putin ao Brasil, em 2004 - mostram o interesse mútuo de atração entre as duas economias. Segundo ele, existem semelhanças entre os projetos que hoje são prioridade nos dois países, e isto facilita esta aproximação. "Temos interesses mútuos em transportes marítimos, agricultgura, turismo e lazer e esportes", acrescentou.

Já para o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia, Gilberto Ramos, a Rússia, ao lado da Índia e da China, é um dos maiores parceiros estratégicos do Brasil. Segundo Ramos, o país precisa ser mais pró-ativo na busca por seus compradores. "Nossos produtos são comprados, mas não temos o costume de vender. Nossas exportações têm espaço para crescer ainda mais", ponderou.

Gilberto Ramos disse que, em 2004, a balança comercial Brasil-Rússia movimentou US$ 2,5 bilhões. A meta estabelecida pela Câmara era a de duplicar este valor até 2007, além de aumentar o rol de produtos vendidos pelo Brasil. Os principais produtos exportados pelo país para a Rússia atualmente são açúcar, carnes, fumo, café, automóveis e óleo de soja. "Nossa pauta para exportações inclui produtos como confecções femininas de alta costura, calçados de couro de alta qualidade, rochas ornamentais, produtos de madeira, minérios, frutas tropicais, cosméticos, serviços, turismo e cultura", acrescentou.

Para o embaixador, tanto o Brasil quanto a Rússia são países com grande potencial industrial, além de papéis relevantes no cenário internacional. Tyurdenev destacou as parcerias conquistadas na visita do presidente Putin, como a área de exploração espacial, com a utilização comercial da Base de Alcântara. "Com isto poderemos lançar aparelhos conjuntos de telecomunicações, satélites, e utilizar a base brasileira para lançamentos comerciais", disse o embaixador, que calcula ainda criar espaços de cooperação na área de energia, com o estreitamento de relações na produção de turbinas e no desenvolvimento da energia nuclear.

Tyurdenev destacou ainda o agronegócio e as "perspectivas lucrativas" na proteção do meio ambiente. "Brasil e Rússia possuem áreas florestais únicas em seus gêneros, e podemos aprender uns com os outros", considerou. Para o diplomata, Brasil e Rússia têm muito a crescer juntos: "Chegou o tempo de executarmos, em conjunto, projetos importantes de longo prazo".

Presente ao evento e representando o Executivo, o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, viu chances concretas de parcerias comerciais na área do agronegócio. Segundo Christino, o estado já exporta açúcar, e tem chances de exportar frutas tropicais in natura e em forma de polpas, além de carne bovina e avícola. "Acreditamos no nosso potencial de produção", considerou.

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