Indústria metalúrgica cresce e se recupera da crise

Idústria metalúrgica do estado do Rio se recupera da crise e apresenta melhoras nas vendas internas e externas. O motor das exportações tem sido a recuperação de economias emergentes como a China, onde a retomada da construção civil aumentou a demanda por aço e provocou a diminuição dos estoques internacionais de produtos metalúrgicos.

A crise econômica são águas passadas para a indústria metalúrgica do estado do Rio, que apresenta melhoras tanto nas vendas internas como nas externas. Nas exportações, o motor da tendência tem sido a recuperação de economias emergentes como a China, onde a retomada da construção civil aumentou a demanda por aço, e provocou a diminuição dos estoques internacionais de produtos metalúrgicos. No mercado interno, a tendência é puxada pela retomada da demanda também na construção civil, e ainda na linha branca de eletrodomésticos e na indústria automobilística. A expectativa é que o crescimento continue.

Os dados levantados pela Firjan na última edição do RioExporta, boletim mensal de comércio exterior, mostram que o setor metalúrgico foi o único no estado a aumentar suas exportações nas três bases de comparação usadas no estudo: mensal, anual e acumulado em 12 meses. Depois de uma queda em 2008 na participação fluminense nas exportações nacionais do setor, o estado voltou à média dos últimos dez anos (10,7%). A recuperação dos países emergentes é um dos principais motores desta tendência, com a retomada da construção civil e o fim dos estoques. No mercado externo, as atenções permanecem voltadas para a China. Espera-se que o país cresça mais que sua meta de 8% para este ano.

A retomada das vendas internas para atender a diferentes setores é explicada por motivos simples. No setor automobilístico, a isenção do IPI, a redução da taxa de juros e a maior disponibilidade de crédito são alguns desses motivos. Não é à toa que o total de veículos chegou a 2,3 milhões neste trimestre, cerca de 4% a mais que o mesmo período do ano passado. No setor de construção civil, foram abertos 45 mil postos de trabalho só em agosto, número inédito desde 2000, e a tendência é que eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas ajudem o setor a crescer ainda mais. Na linha branca, os resultados ainda estão 9% piores abaixo que nos primeiros oito meses do ano passado, mas a queda na taxa de juros e a isenção do IPI ajudou a recolocar o setor na trajetória do crescimento.

Empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) são a prova da recuperação da indústria do estado do Rio neste ano. As vendas de aço da empresa para o mercado interno atingiram mais de 800 mil toneladas - 11% a mais que no segundo trimestre. O cenário é mais otimista nas exportações: a CSN vendeu mais de 400 mil toneladas de aços longos, registrando um crescimento de 186% em relação ao trimestre anterior, compensando o fraco desempenho do começo do ano. São os melhores resultados do ano.

A Gerdau também está aproveitando os bons ventos do aumento da demanda nacional e internacional por aço, mas a maior parte das vendas foi para o mercado interno. Das 1,4 milhões de toneladas vendidas neste trimestre (20% a mais que no anterior), um milhão foram para o mercado nacional. Pelos próximos quatro anos, a empresa prevê direcionar 80% dos R$ 9,5 bilhões em investimentos planejados para o Brasil, de olho nos segmentos petrolífero, naval e de máquinas pesadas.

As empresas estão agora com um olho no mercado nacional, e outro nos pólos dinâmicos da Ásia. Apesar da primazia do mercado interno, a empresa também está de olho no crescimento asiático A Gerdau é uma delas e, pensando nos setores de construção civil e na indústria automobilística asiática, já anunciou que vai investir R$ 88 milhões ano que vem na construção de um laminador em sua joint venture na Índia, voltado para a produção de vergalhões e aços especiais, com capacidade para produzir 300 mil toneladas por ano.