Ecoturismo: certificação de empresas alavanca turismo de aventura

O Rio de Janeiro é o maior centro urbano do mundo de escalada em rocha e tem grande potencial para desenvolver o turismo de aventura. A nova certificação do Inmetro vai melhorar a qualidade do serviço, a segurança no setor e a visibilidade das empresas. As normas técnicas do Brasil são referência internacional.

Rapel, rafting, escalada, asa delta, arvorismo. O Brasil é pioneiro na certificação e normalização de empresas que trabalham com turismo de aventura, resultado do trabalho realizado pelo Ministério do Turismo, pelo Sebrae e pela Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta). O Inmetro acaba de se juntar a essa parceria e já está homologar laboratórios para realizar a fiscalização. O objetivo é aumentar a credibilidade das empresas, melhorar a competitividade daquelas que seguem as normas e garantir a segurança do consumidor. A prova do pioneirismo brasileiro no assunto é que as normas do país são copiadas mundialmente e serviram de modelo para a criação do ISO/TC-228, selo internacional de qualidade.

A principal vantagem da certificação é trazer visibilidade para áreas de grande potencial, caso do estado do Rio de Janeiro, cuja capital é o maior centro urbano do mundo de escalada em rocha. O interior do estado não fica atrás: regiões como a Serra dos Órgãos, o Dedo de Deus e o Pico das Agulhas Negras são destinos bastante procurados. "O Rio tem o diferencial de já contar com infraestrutura. Em poucos lugares do mundo é possível fazer esse tipo de turismo em locais que tenham, por exemplo, restaurantes ou hotéis próximos", observa o coordenador da Abeta no estado do Rio de Janeiro, Raphael Raine.

Antes mesmo da certificação do Inmetro ser estabelecida, o programa Aventura Segura, do Ministério do Turismo, já trabalhava para garantir o cumprimento das normas. "Certificação é sinônimo de credibilidade", defende Raine, lembrando a importância disso para evitar acidentes. "Sem elas é impossível separar o joio do trigo, o que pode prejudicar a competitividade das empresas que agem corretamente", acrescenta. Como parte do programa, a primeira fase de certificação tem os custos cobertos pelo Ministério. Para ser aprovado na certificação, o empresário é obrigado a se capacitar e profissionalizar seu negócio. As exigências vão desde formalização da empresa à vistoria periódica de equipamentos, o que melhora a qualidade geral do serviço.

O Sebrae defende a mesma bandeira e se encarrega de profissionalizar estimulando que as empresas respeitem as normas técnicas e o meio ambiente. "O maior desafio ainda é a informalidade", lamenta a coordenadora de projetos do Sebrae/RJ, Vanessa Cohen. "Nosso objetivo é mostrar aos empresários os benefícios da profissionalização, melhorando o serviço e promovendo a sustentabilidade como forma de aproveitar o potencial do Rio de Janeiro". Ela destaca que a adesão dos empresários nas reuniões promovidas pelo Sebrae tem sido expressiva e espontânea. "Muitos nos procuram para saber detalhes", conta.

Para o ano que vem, o Sebrae elabora em parceria com ACRJ para um projeto para preparar as empresas que querem se certificar. "Vamos mostrar às empresas que respeitar as normas é um diferencial na hora de conquistar clientes", defende a gerente do Redeturis na ACRJ, Marília Brito.

Até agora, nenhuma empresa fluminense foi certificada, mas as 40 que aderiram ao Programa Aventura Segura na capital, em Teresópolis e em Petrópolis já estão se preparando para isso. O site da Abeta traz as informações para quem quiser buscar a certificação.