A última pesquisa “Perfil Econômico do Consumidor”, realizada periodicamente pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), mostrou que — pela primeira vez desde 2001 — um terço das famílias da Região Metropolitana teve sobra de orçamento no primeiro semestre e que mais consumidores resolveram poupar.
De acordo com a Fecomércio-RJ, a crise financeira mundial deixou as pessoas mais cautelosas. O percentual de entrevistados com sobra no orçamento cresceu de 28,9% para 33,3% entre o começo do ano passado e agora. Entre eles, caiu em 1,7 pontos percentuais o número que pretendia gastar o dinheiro sobrando com lazer. Ao mesmo tempo, a pesquisa mostrou que o número de pessoas que pretende gastar as sobras consumindo ficou praticamente estável (de 35,2% para 35,7%).
Entretanto, o cenário econômico desfavorável teve efeitos distintos sobre o mercado. Embora a pesquisa tenha mostrado que aumentou o número de pessoas com dinheiro sobrando, estas sobras estão relacionadas ao medo de uma parcela dos consumidores em assumir financiamentos. Ao mesmo tempo, a piora das condições de crédito e o aumento do desemprego em alguns setores fizeram com que aumentasse o número de pessoas com déficit no orçamento (de 18,2% para 22,4%).
A pesquisa mostrou ainda que mais pessoas pagaram em dia suas contas fixas (19,9% contra 20,4%). A proporção de financiamentos em atraso cresceu, mas, de acordo com a Fecomércio-RJ, isso é normal diante do crescimento do setor (44,8% para 43,6%) e devido aos estímulos dados às compras de produtos de maior valor agregado, como automóveis e eletrodomésticos da linha branca.
Para a Fecomércio-RJ, há motivos para otimismo. A expectativa de consumo para o segundo semestre deste ano é maior que ano passado, já que 35,6% dos entrevistados informaram a intenção de comprar algum produto durável nos seis meses seguintes, resultado superior aos 30,7% apurados no mesmo mês do ano passado.
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