Fórum quer priorizar segmentos de petróleo, TI e biotecnologia

Reunião da Câmara Setorial de Tecnologia estabelece prioridades de investimento de acordo com a vocação do estado. O objetivo é transformar o Rio em um pólo de invocação, concentrando diversas empresas do setor

Biotecnologia, saúde, tecnologia da informação e petróleo e gás são os quatro setores com maior potencial de inovação do estado e que deveriam concentrar os investimentos em inovação. É o que aponta levantamento apresentado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) na reunião desta segunda-feira (22/06), realizada pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio. O estudo traz dados comparativos dos investimentos em pesquisa realizados no Brasil desde 2006 e mostra como outras regiões têm conseguido se destacar ao direcionar investimentos para áreas específicas. Como exemplos, foram citados os casos de Pernambuco, no desenvolvimento de softwares, e do Eixo Manaus-Belém, que investiu em fármacos.

"Empresas que inovam faturam mais, desenvolvem produtos de maior valor agregado e empregam mais", explica Fabiano Gallindo, analista de projetos tecnológicos da Firjan. Segundo ele, o direcionamento dos investimentos fomentaria a criação dos chamados clusters de inovação, pólos que concentram empresas de um mesmo segmento ou de segmentos interconectados e criam uma rede de clientes, fornecedores e parceiros. Todas as empresas envolvidas se beneficiariam das vantagens geradas por essa concentração, que promove ao mesmo tempo competição e cooperação.

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De acordo com o estudo, as empresas localizadas no Rio de Janeiro naqueles quatro setores têm vantagens competitivas que vão da localização geográfica à integração da cadeia produtiva já instalada, colocando o estado em condição se tornar um player global.

Gallindo explica que isso já ocorre na cadeia produtiva de petróleo e gás (o setor responde por quase um terço do PIB fluminense), e poderia garantir novas oportunidades de negócios em áreas em que o estado também tem concentração de centros de pesquisa e de empresas. O desenvolvimento de fármacos e materiais médicos de ponta, por exemplo, contaria com o estímulo de ter por perto os 158 institutos e centros de pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e as universidades públicas e privadas no estado. O aumento dos recursos destinados ao Rio de Janeiro nos editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) destacam esse potencial: o montante subiu de R$ 29 milhões em 2007 para R$ 70 milhões em 2008.

Sugestões ao legislativo para dinamizar o setor

Com base nessas informações, a Câmara Setorial de Tecnologia do Fórum de Desenvolvimento do Rio pretende propor sugestões ao Legislativo para dinamizar esses setores. A próxima reunião está marcada para o dia 14 de julho. O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), defende o potencial de geração de renda e de empregos dos investimentos. "O poder público tem papel fundamental nesse trabalho, uma vez que pode e deve atuar planejando os investimentos no longo prazo", afirma o Picciani, citando a experiência bem sucedida da aprovação da Lei de Inovação tecnológica, no ano passado. "Foi um passo importante, que agora vou nos possibilitar direcionar os recursos para as os negócios mais promissores", completa.

Além da Firjan, integram a Câmara Setorial de Tecnologia a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), a Câmara Americana de Comércio (AmchamRio), o Clube de Engeharia, a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) e a Universidade Federal Fluminense (UFF).