Soluções para o Tom Jobim

Evento organizado pelo Fórum discute os principais problemas do Aeroporto Interncional, considerado a porta de entrada do Brasil. Estiveram presentes o governador Sérgio Cabral e os presidentes da Infraero e da Anac

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado e as comissões permanentes de Trabalho, Economia e Turismo da Alerj realizaram em conjunto, no dia 11/08/08, o evento “Tom Jobim: o futuro é agora – soluções para a retomada da importância estratégica do Aeroporto Internacional para o estado e o País”. O evento discutiu alternativas para o principal aeroporto do estado, o segundo maior do país, considerado porta de entrada do Brasil. O governador Sério Cabral esteve presente, assim como representantes de órgãos como Infraero e Anac, lideranças políticas, empresários, representantes das principais companhias areas e das empresas concessionárias. Os trabalhos foram presididos pelo presidente da Alerj e do Fórum, deputado Jorge Picciani (PMDB).

Como resultado do evento, ocorrdo no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, a Alerj encaminhou às autoridades federais responsáveis pela infraestrutura aeroportuária um documento com propostas e dados que ajudem a solucionar os problemas enfrentados pelo Aeroporto Internacional. “Apesar das diferentes posições, todos querem definir um modelo que alavanque a indústria do turismo, fortaleça os investimentos previstos para o estado, da ordem de mais de R$ 100 milhões, e sedie as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014. A discussão é fundamental”, ressaltou Picciani.

Cabral: “Aeroporto foi o pior item avaliado pelo COI para 2016”

Durante o evento, o governador definiu a situação do Galeão como “gravíssima” e disse que Tom Jobim merece dar nome a um aeroporto que esteja à altura do que o maestro representa para o Brasil e para o mundo. Cabral destacou os esforços do estado e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que as Olimpíadas de 2016 ocorram no estado. “Já perdemos duas vezes a disputa, mas fizemos o dever de casa: mostramos um Pan-americano maravilhoso e estamos no caminho certo”, frisou Cabral. “Na avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI), a pior nota obtida pelo país, 3.7, foi relativa à infraestrutura do Galeão. Precisamos entregar ao COI, até o final do ano, propostas concretas de investimentos no aeroporto”, explicou.

O governador defendeu a privatização e disse que, hoje, o Galeão não dá lucro. “Vamos largar o osso e pensar em modelos de gestão para um aeroporto de qualidade, moderno, com conforto e infra-estrutura”, argumentou. Em quase 30 anos de construção, o Tom Jobim passou por uma reforma em 1991 e teve parte da obra do Terminal 2 encerrada em 1998, o que não impediu o surgimento de problemas na edificação.

O presidente da Ifraero, Sérgio Gaudenzi, defendeu a entrada de investimentos privados para solucionar a estrutura do aeroporto, que classificou de “deteriorada”. “Embora essas decisões não passem pela Infraero, e sim pelo Governo federal e pelo ministro da Defesa (Nelson Jobim), a injeção de capital privado poderia ser a solução. Os próprios acionistas passariam a fiscalizar o serviço com muito mais rigor e de forma pró-ativa. Com o modelo atual de autarquia, somos responsáveis por 67 aeroportos, o que dificulta a administração”, sublinhou.

Investimentos de R$ 650 milhões

Gaudenzi explicou que o projeto prevê a conclusão das obras dos dois terminais em três anos e meio, e disse que, por duas vezes, abriu licitação para o empreendimento, mas não obteve resposta de empresas interessadas. De acordo com o presidente da Infraero, cerca de R$ 650 milhões serão investidos no aeroporto. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), através do diretor Alexandre Barros, trouxe para o debate dados que mostram a importância do Galeão para a economia fluminense. “Em 2007, o sistema transportou 13 milhões e meio de passageiros, representando um aumento de 11% em relação a 2006. Em dez anos teremos o movimento mais do que dobrado e enfrentaremos uma situação semelhante à crise que São Paulo enfrenta hoje, se não realizarmos mudanças efetivas”, revelou.

Preocupado com a situação, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, afirmou que o Tom Jobim pode funcionar com uma capacidade adicional de cinco milhões de passageiros. “Isso o credencia a assumir o excesso de vôos que sobrecarrega os aeroportos mais movimentados do País”, lembrou. Vieira destacou ainda que, para que isso seja possível, reformas precisam acontecer imediatamente. “A solução para o Tom Jobim trata do aqui e do agora porque precisamos retomar o potencial do Rio de Janeiro de receber, de braços abertos, turistas do mundo inteiro e eventos de grande porte”, destacou.

Capacidade pode chegar a 15 milhões de passageiros por ano

Também fizeram parte da Mesa os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e Paulo Duque (PMDB-RJ), além do presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio (Aeerj), Francis Bogossian. Os deputados Paulo Ramos (PDT), Luiz Paulo e Mário Marques, ambos do PSDB, Alair Corrêa, Paulo Melo, Domingos Brazão e Edson Albertassi, todos do PMDB, Gilberto Palmares e Inês Pandeló, ambos do PT, João Pedro (DEM) e Marcos Abrahão (PSL) compareceram ao evento, que contou ainda com deputados federais, secretários de estado e vereadores do Rio.

Atualmente, o aeroporto funciona com capacidade ociosa de 40%, segundo dados da Infraero. Para poder suprir a demanda e aumentar o fluxo de passageiros dos atuais oito milhões ao ano para cerca de 15 milhões (capacidade máxima da estrutura atual), o aeroporto necessita de obras. Elas vão desde a recuperação das instalações para embarque e check-in até reformas das pistas, passando pela modernização dos pátios de carga e das áreas de estocagem.

Segundo Picciani, além dos problemas emergenciais, o cenário econômico favorável e a previsão de sediar eventos esportivos de grande porte tornam a recuperação do aeroporto uma questão estratégica. “Temos a necessidade de investimentos em infraestrutura aeroportuária para receber mais de 500 mil turistas durante a Copa do Mundo de 2014. Também precisamos adequar nosso aeroporto às exigências que possibilitem sua candidatura como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016”, salientou Picciani. As obras de revitalização do Tom Jobim estão orçadas em R$ 400 milhões e devem durar três anos.

  • sitemas_evieira_er_11_08_08_new
  • sitemas_geral_er_11_08_08_new
  • sitemas_jpiccianii_er_11_08_08_new
  • sitemas_scabral_er_11_08_08


Leia a transcrição completa do evento
Baixe as apresentações dos palestrantes
Acompanhe a repercussão do evento na imprensa
Leia a Carta Tom Jobim