Estudo de potencialidades e desigualdades da Região Metropolitana vai embasar diretrizes de políticas públicas

As potencialidades e desafios da região metropolitana do Rio de Janeiro foram o tema do evento “Sebrae Multiplica”, realizado nesta terça, 6 de dezembro, na Associação Comercial do Rio.

No encontro o diretor-executivo da Câmara Metropolitana do Rio, Vicente Loureiro, apresentou o estudo ”Centralidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) e financiado pelo Sebrae. A pesquisa identificou 30 núcleos na região metropolitana. Desses, 22 estão na cidade do Rio de Janeiro, mostrando que a capital ainda é o local de maior concentração de renda, empregos e pessoas.

Segundo Vicente, a dinâmica do desenvolvimento trouxe mudanças para a hierarquia das centralidades. "Há 40 anos o ranking tinha o centro do Rio em primeiro lugar e Niterói em segundo. Embora o centro permaneça líder, atualmente Campo Grande, Barra da Tijuca e o centro de Nova Iguaçu estão entre as cinco primeiras, enquanto Niterói é apenas a 11ª", detalhou.

Ramos/Olaria é também uma nova centralidade de destaque, superando Botafogo. A Taquara, uma novidade no estudo, já registra 45.845 trabalhadores formais e vem crescendo e se consolidando.

Segundo o diretor, esses dados estão sendo utilizados pela Câmara Metropolitana no desenvolvimento do Plano Diretor Metropolitano. "Eles apontam estratégias para fortalecer e fomentar o desenvolvimento da região", disse.

O estudo identificou, hierarquizou e agrupou, segundo características similares, unidades da região metropolitana, analisando a infraestrutura urbana, institucional, econômica e social dos seus 21 municípios, com a finalidade de embasar as diretrizes de políticas públicas e descrever potencialidades locais.

Desigualdade

As centralidades estudadas representam 70% dos empregos da Região Metropolitana. Uma das conclusões do estudo é que a alta densidade de empregos gera ganhos para os trabalhadores e empresas, em salários e produtividade. Ainda assim, a renda média é um dos índices que mais varia entre as localidades: de R$ 435,95 no Jardim Primavera a R$4.644,15 em Ipanema/Leblon.     

Outra conclusão é de que os custos de congestionamento não podem anular os ganhos de produtividade, e esse é um índice que ainda precisa melhorar em muitos locais. O tempo de deslocamento médio é de mais de 53 minutos em Copacabana, onde apenas 20% das pessoas mora e trabalha na mesma região. O centro de Niterói é a região com mais gente vivendo e trabalhando no mesmo local: 69,6%. Em São Cristóvão esse índice é zero, e na Barra, 17,5%.

Os maiores desafios para o desenvolvimento das centralidades, em relação a políticas públicas, são “o casamento dessas três iniciativas: mobilidade, espaço público tratado e qualificado e ambiente adensado, tanto no ponto de vista da moradia quanto do comércio e do serviço”, segundo Vicente.

O encontro foi mediado por Cezar Vasquez, diretor-superintendente do Sebrae-RJ, que destacou a importância do estudo, pela oportunidade de juntar as informações da pesquisa com os dados das empresas.

Confira aqui a íntegra do estudo: Centralidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

 

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