Os membros da Câmara de Energia estiveram reunidos nesta quinta (11/04) e definiram que irão trabalhar numa atualização da nota técnica envolvendo a regulamentação do Mercado de Gás Natural no RJ, elaborada pelo Fórum da Alerj em 2023 (Acesse aqui). O intuito é contribuir com a elaboração de legislações efetivas sobre o setor.
O presidente do Conselho Empresarial de Energia e Transição Energética da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Gabriel Kropsch, afirmou que as Rotas 3 e 4 vão adicionar 15 milhões de metros cúbicos por dia à produção no de gás no estado ao mesmo tempo que a produção do biometano vem avançando. Porém, ele afirma que é preciso encontrar maneiras de incentivar a demanda.
“Apenas essa semana já houve três novos investimentos em biometano, ou seja, a oferta está acontecendo, mas a demanda não. A substituição do diesel por biometano em transportes pesados está avançando no setor privado com os caminhões, já que é mais barato, mas depende de políticas públicas nas esferas municipais e estadual, principalmente para os ônibus”, detalhou.
Ainda sobre a demanda, Gabriel mencionou que 50% da demanda de gás no estado vem do setor veicular GNV, mas que apresenta uma grande queda no consumo.
“Temos um volume alto de entrada de etanol de outros estados sem a devida tributação, o que chamamos de etanol sem nota, que assola o Rio de Janeiro porque não recolhe impostos e destrói a competitividade do nosso GNV. Precisamos pensar em incentivos para a demanda do mercado veicular em consonância com o Executivo e o governo federal. Existem boas ideias que podem ser incluídas na pauta da mobilidade, mas é preciso que o legislativo estadual também se posicione porque as coisas só vão virar realidade passando pelo parlamento”, afirmou.
A conselheira da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), Isabella Giesta, sugeriu retomar o contato com a Secretaria de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro para encaminhar os pleitos levantados pelo grupo.
“Por mais que as principais decisões sobre o gás não sejam estaduais ou municipais, podemos propor novas técnicas e levar para os deputados fazerem essa ponte. Acho válido trabalhar na atualização da nota técnica para conversarmos com a Secretaria de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro para eles alinharem junto ao governo federal”, salientou.
Já o representante do Conselho Regional de Química e fiscal, Jorge Lopes, afirmou que a Rota 4B é interessante porque vai trazer mais indústrias para o estado com empregos de qualidade.
“Estamos nessa disputa com São Paulo nessa rota e seria bom resgatarmos também o que foi debatido aqui no Fórum sobre esse tema, quando o engenheiro Wagner Victer fez uma exposição, trazendo também as atualizações pertinentes porque isso dá balizamento para avançarmos na parte legislativa”, sugeriu. (Veja a apresentação clicando aqui).
A reunião completa pode ser acompanhada na íntegra no Canal do Fórum no Youtube.