Câmara de Cultura, Turismo e Esportes conhece projeto do Geoparque Costões e Lagunas, no litoral Norte e Leste do estado

O Rio de Janeiro pode ter, em breve, um Geoparque reconhecido pela Unesco. O projeto do Geoparque Costões e Lagunas, que engloba 16 municípios no litoral Norte e Leste do estado e vai desde Maricá até São Francisco de Itabapoana, foi apresentado pela geóloga e professora Katia Mansur da UFRJ, na reunião desta quarta (09/09), e impressionou os membros da Câmara Setorial de Cultura, Turismo e Esportes.

“Um Geoparque não é um parque nem área protegida. É uma área de limites definidos com um plano de desenvolvimento regional e participação ativa da população residente, baseado na educação, turismo e conservação de sítios naturais, históricos e culturais, por exemplo”, explica Katia.

Ainda de acordo com a professora, para ser considerado um Geoparque, o local precisa ter um patrimônio geológico e geomorfológico de valor internacional e ter um plano de gestão com parcerias e que atenda às necessidades socioeconômicas da população local, proteção da natureza e das tradições locais.

O projeto está em discussão desde 2010 e compreende áreas de interesse científico, didático-pedagógico, turístico, histórico, pré-histórico e ecológico.

“Precisamos comprovar que o que a gente tem aqui no Rio de Janeiro é, realmente, raro, único e especial baseado em trabalhos científicos. Geologicamente o litoral do nosso Geoparque é parte da África e não da América do Sul, antes da separação há milhões de anos”, detalha.

A região também conta com Rochas metamórficas, estratigráficas, geomorfológicas, entre outras, enriquecem o local. O território também apresenta elementos geológicos como grabens e falhas, além de diques toleíticos mesozoicos e corpos alcalinos paleocênicos.

UNESCO
Atualmente, a UNESCO chancela 195 Geoparques no mundo, espalhados por 48 países, sendo cinco deles no Brasil: Seridó (Rio Grande do Norte), Araripe (Ceará), Caminhos dos Cânions do Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Quarta Colônia e Caçapava (Rio Grande do Sul).

A experiência desses locais nos mostra que o reconhecimento da UNESCO consolidou essas regiões como destino turístico, aumentando o número de visitantes e impactando consideravelmente a cadeia do turismo e trouxe visibilidade na mídia. Destaca-se a conquista de recursos para as campanhas de promoção do turismo e o sentimento de pertencimento e valorização do território por parte da comunidade.

Para contribuir para que o Geoparque Costões e Lagunas seja considerado patrimônio geológico, o Fórum irá redigir uma carta de apoio para ser anexada ao dossiê que será enviado à UNESCO.

“Fiquei impressionada e muito emocionada com a profundidade desse trabalho. É importante multiplicar e levar esse conhecimento, a educação, o turismo, a geologia para que não fique restrito às pessoas especializadas. Torço para que o objetivo seja alcançado e podem contar conosco. Vamos abraçar essa causa”, expressou a diretora-geral das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)


Assista à apresentação na íntegra no Canal do Youtube do Fórum da Alerj