Assessoria Fiscal da Alerj lança Nota Técnica sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde

A Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) lançou, nesta segunda-feira (12/12), a Nota Técnica do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). O estudo apresenta um robusto diagnóstico desse sistema produtivo, apontando a situação atual, com seus desafios e oportunidades de investimento que podem contribuir para o desenvolvimento econômico do Estado do Rio, principalmente, nas indústrias farmacêutica e hospitalar. “O Complexo Econômico-Industrial da Saúde tem o potencial de ser o novo pré-sal para o Rio de Janeiro. Em 2021, o Brasil importou quase 20 bilhões de dólares em equipamentos e produtos. Temos potencial para produzir e desenvolver aqui esses produtos e, com isso, gerar emprego e renda aqui. E podemos. através do Rio de Janeiro, suprir o Brasil”, ressaltou o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT).

A Nota Técnica propõe uma visão sistêmica dos investimentos no setor, para fortalecer a economia e melhorar a prestação dos serviços de saúde. Além de integrar saúde, desenvolvimento e inovação, tanto do ponto de vista da pesquisa científica quanto da implementação das políticas públicas. "Esse setor tem grande potencial de estimular emprego e aumentar a economia, mas precisamos ter um sistema produtivo e tecnológico eficiente, e atuar de forma sistêmica. Talvez essa seja a área mais forte do nosso estado. Se compararmos a arrecadação do Imposto sobre serviços (ISS) da cidade do Rio de Janeiro no setor de Turismo representa cerca de 1% da arrecadação já a Saúde 24%”, exemplificou Mauro Osório diretor da Assessoria Fiscal.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Gadelha, um dos pioneiros do estudo do CEIS juntamente com José Gomes Temporão, ressaltou que é preciso ver a Saúde como uma oportunidade de crescimento econômico. “O Brasil tem o maior sistema universal de saúde do mundo, o SUS, em termos de população, emprega 7 milhões de pessoas e movimento 9% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, 53% dos insumos necessários para produção do setor de saúde brasileiro são importados e 15% do PIB da saúde vai para fora do Brasil. Um dado fundamental do setor é na questão da empregabilidade. Enquanto no país o número do emprego caía, na área da saúde, os empregos com carteira assinada crescia. Este é um emprego com melhores salários e trabalhadores mais qualificados. A saúde traz o desenvolvimento, a inovação, mas sobretudo o bem estar das pessoas", apontou Gadelha.

A reitora da UFRJ, Denise Pires, destacou a importância do estudo apresentado pela Assessoria Fiscal da Alerj.

“O Estado do Rio tem instituições que geram conhecimento como universidades, institutos federais e a Fiocruz. O que precisamos agora é fazer com que esse conhecimento gerado chegue na ponta, na sociedade. E para isso precisamos do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, para transformar o conhecimento gerado pelas universidades no produto que a sociedade vai utilizar, como, por exemplo, as vacinas”, explicou a reitora. 

Para o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, o CEIS é fundamental para atender as demandas da sociedade por insumos e produtos básicos.

“Colocamos, a cada dia, a saúde da população em risco com a dependência do mercado internacional. Temos dificuldade na produção da vacina BCG, temos dificuldade na produção de soro antiveneno, não estamos conseguindo fazer cateterismo por falta de contraste. Por isso, o Complexo Econômico-Industrial da Saúde é fundamental para suprir nossas lacunas e desenvolver nossas potencialidades. Esse estudo da Alerj pode nos apontar caminhos para sermos protagonistas no país nesta área”, concluiu o secretário.

Já a presidente da Comissão de Saúde da Alerj, deputada Martha rocha (PDT), lembrou o protagonismo do Parlamento fluminense nas discussões sobre o tema. “Desde que o presidente André Ceciliano assumiu, a presidência da Casa a Assembleia tem sido protagonista nas discussões sobre o desenvolvimento econômico e social do estado. Não imaginávamos que iriamos enfrentar a pandemia da covid-19 e mais uma vez a Alerj se destacou com as doações para os municípios e para Fiocruz para o enfrentamento da doença. Além disso analisamos mais de 750 projetos de lei relacionado a covid. E, mais uma vez, saímos na frente com o lançamento desse documento”, finalizou a parlamentar.

MEDALHA TIRADENTES

Ao fim da cerimônia de lançamento do estudo, o presidente André Ceciliano e o deputado Waldeck Carneiro (PSB) entregaram a Medalha Tiradentes, maior honraria do Parlamento Fluminense, ao diretor da Assessoria Fiscal da Alerj, o economista Mauro Osório, pelos relevantes serviços prestados à sociedade. “Mauro Osório sempre defendeu a importância de discutirmos o Rio de Janeiro regionalmente. Nos sentimos honrados e gratificados, não só de fazermos essa homenagem, mas de trabalharmos juntos na busca pelo desenvolvimento regional do nosso estado”, parabenizou o presidente.“Sou muito agradecido ao presidente André Ceciliano por toda oportunidade e liberdade que recebi aqui para desenvolver meu trabalho. Ficou muito feliz e honrado com a homenagem e pelo reconhecimento do nosso trabalho”, concluiu.

Texto: Comunicação Social Alerj

Foto: Julia Passos