Embrapa desenvolve solução mais barata para higienizar produção de ovos em pequenas granjas

Para aperfeiçoar a segurança e a qualidade dos ovos produzidos por pequenos produtores rurais, uma equipe de pesquisadores vinculados à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um método para manipulação segura de ovos em pequenas granjas. O programa “Ovo-Limpo” foi apresentado ao Grupo de Trabalho que estuda a regulamentação do Selo Arte em painel realizado nesta quarta-feira (14/09). 

A manutenção das condições sanitárias ideais para a saúde animal e humana durante a produção e comercialização de ovos é um desafio para produtores e técnicos do setor agrícola, particularmente para o segmento da avicultura ligado à agricultura familiar, que representa 45% do mercado nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pensando nisso, uma equipe de pesquisadores desenvolveu e validou o projeto “Ovo Limpo”, um método de baixo custo para manipulação segura de ovos. “Nós conseguimos definir um documento com recomendações básicas de biosseguridade para a avicultura de pequena escala. É uma cartilha de seis páginas para quem produz numa escala abaixo de mil aves”, descreve o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos Eduardo Walter, responsável por coordenar o projeto “Ovo Limpo”. O guia com orientações e protocolos de segurança pode ser acessado aqui.

Representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Magioli explica que difundir o projeto “Ovo Limpo” amplia oportunidades das pequenas granjas alcançarem o mercado formal. “É uma chance dos consumidores terem acesso a produtos de qualidade fabricados aqui no estado do Rio”, avalia.

Jovelina Fonseca, proprietária do Sítio Cultivar, em Nova Friburgo (Região Serrana do RJ), é produtora de ovos orgânicos há cerca de 30 anos, e fez parte dos avicultores que testaram o método “Ovo Limpo”, desdobrado em protocolos que são executados sem o uso de água. “É uma técnica sensacional, porque conseguimos adequar a nossa produção à legislação sem precisar comprar máquinas que demandam um investimento que está entre R$10 a R$ 20 mil”, conta a produtora rural.

A secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento do estado, Geiza Rocha, destaca que o evento é mais uma iniciativa para aproximar a inovação articulada por grandes instituições de pesquisa do pequeno produtor, num esforço com objetivo de incrementar o valor agregado das mercadorias produzidas no estado do Rio. “É um trabalho do Fórum da Alerj de Desenvolvimento do Rio trazer para a pauta do Legislativo, o potencial do pequeno produtor rural”, explica.