Rio em Foco traz o panorama das energias limpas no Brasil e no estado do Rio

De acordo com especialistas, 2022 é o ano da energia solar no Brasil. A aprovação do Marco Legal da Energia (Lei n°14.300/2022) no início deste ano trouxe mais segurança jurídica para quem já está no mercado e para quem ainda deseja investir. No Rio em Foco desta segunda-feira (25/04) a coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), Camila Nascimento, e a especialista em energia da Firjan, Tatiana Lauria, falam sobre os avanços e as oportunidades das energias limpas e renováveis no Brasil e também no estado do Rio, que hoje ocupa a 8ª posição no ranking nacional.

Segundo Camila, em 2021, a média da matriz energética de fontes renováveis no mundo ficou em 14%, enquanto no Brasil esse número foi de 48%.

“Quase metade da energia produzida ao longo de 2021 no país foi sustentável, com destaque para a energia solar, da qual o país e o Rio de Janeiro possuem um potencial enorme. Apesar do estado já ter tido uma colocação melhor anteriormente, o setor continua crescendo, mas em outros locais está mais acelerado”, afirma.

Camila cita a capital, seguida por Campos dos Goytacazes, Niterói, Itaperuna e Maricá como os municípios fluminenses mais bem colocados na produção de energia sustentável.

“O estado conta com a maior parte das unidades consumidoras instaladas ainda em residências, como também ocorre no restante do país. Os aumentos constantes na conta de luz são um incentivo extra para a mudança. O Rio de Janeiro é o estado com maior valor de quilowatt-hora do Brasil”, frisa.

Apesar das empresas também estarem aderindo a mudança da matriz energética, o principal gargalo está no espaço.

“A energia é o segundo maior custo dos empresários, só ficando atrás da folha de pagamento. Quem opta pela geração distribuída acaba tendo, em média, uma redução de 30% no custo de energia, mas temos casos em que a redução foi de 90%. Porém, questões como a falta de espaço físico, localização inadequada ou o fato do imóvel ser alugado são os maiores empecilhos. Dessa forma, muitos optam pela assinatura de energia”, explica Tatiana Lauria.

Além da redução na conta, Tatiana também aponta outras vantagens para o setor empresarial. “A busca pela redução da conta e a energia fotovoltaica acaba sendo uma porta para eficientização da planta, reduzindo custos com matéria-prima e recursos. Ela traz um olhar diferenciado e o empresário deixa de ser consumidor e passa a ser prosumidor. Entrar no mercado livre é o próximo passo para reduzir ainda mais essa conta”.

De acordo com Tatiana, a área que mais abraçou a geração distribuída no estado foi a norte fluminense, principalmente na indústria de cerâmica, que apresentou um boom de setembro de 2021 para cá.

“O cenário da geração fotovoltaica traz a possibilidade da região se tornar um hub de energia no estado, investindo também na geração eólica offshore, com o recurso dos ventos, aproveitando a experiência da indústria de petróleo e gás com as plataformas flutuantes, os centros de excelência acadêmicas do estado para ajudar a enfrentar os desafios tecnológicos existentes e uma indústria ávida por novas oportunidades”, detalha.

Marco Legal

Tanto Camila quanto Tatiana apontam o Marco Legal da Energia como um dos principais fatores para o aumento da procura pela geração distribuída. Além da segurança jurídica já citada, a legislação em vigor garante para quem já faz parte do mercado ou venha a se tornar consumidor no prazo de um ano (a contar da data de publicação) a isenção da taxa de uso da rede de distribuição, chamada de Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição, até 2045.

“Esse é o grande ano da energia solar. A lei garante a quem for entrar até o dia 06 de janeiro de 2023 a permanecer nas mesmas regras atuais. Para quem está na dúvida, o momento é de fazer o orçamento e aproveitar as inúmeras linhas de financiamento que fazem com que a própria economia da conta de luz consiga pagar a prestação do financiamento”, conclui Camila.

O Rio em Foco é exibido às segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (30/04), às 17h, e domingo (01/05), às 20h. A partir de terça-feira (26/04) o programa fica disponível no canal do YouTube do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio e no podcast “Quero Discutir o Meu Estado”, disponível nas principais plataformas de streaming.