Observatório do Turismo Fluminense apresenta raio-X dos municípios do estado

Responsável por cerca de 14% do PIB do estado do Rio de Janeiro, o turismo gerou, só na capital, uma arrecadação de R$ 402 milhões em 2019. Vista por especialistas como uma importante alavanca da economia fluminense, a atividade turística passará a ser monitorada pelo recém-criado Observatório de Turismo Fluminense, iniciativa da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), a partir de um pedido da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “O Rio de Janeiro precisa redescobrir as suas vocações e diversificar suas matrizes econômicas, o turismo é uma dessas matrizes. Para que possamos otimizar as políticas públicas de fomento para esse setor, são necessários o levantamento de dados sobre os impactos das atividades turísticas, o perfil dos turistas, dentre outros importantes indicadores. Assim surgiu a necessidade de criar o Observatório Fluminense do Turismo, que reúne todas essas informações para que o poder executivo tenha elementos para subsidiar a implementação dessas políticas”, afirmou o deputado Rodrigo Amorim, autor da indicação legislativa.

O Rio em Foco desta segunda-feira (15/2) entrevista o presidente da Fundação Ceperj, Gabriel Lopes, para avaliar a importância de uma ferramenta de avaliação contínua que oriente políticas públicas e atraia investimentos públicos e privados para o setor. “O estado do Rio de Janeiro tem 92 municípios, todos muito diferentes uns dos outros. Por isso, não dá pra tratar do turismo de forma genérica. Este primeiro estudo técnico que estamos lançando estabelece as característica regionais e depois as municipais, num esforço de reconhecimento para que o estado possa diagnosticar de que forma deve intervir para que o turismo cresça em cada região”, conta o presidente.

Gabriel Lopes explica que a ideia inicial é valorizar a vocação econômica dos municípios para a potencialização da identidade turística das cidades. “O desenvolvimento econômico de cada região pode propiciar, por exemplo, o turismo de negócios. Neste primeiro momento, o observatório analisou mais detalhadamente a ligação entre as atividades econômicas e o turismo. A gente observa, por exemplo, o impacto cultural da produção agrícola na Região Serrana. O observatório quer ajudar os gestores municipais a trilhar um caminho de desenvolvimento do turismo por meio da atividade econômica”, detalha.

A primeira publicação já está disponível para consulta no site da Ceperj. De acordo com Gabriel Lopes, o próximo passo será ampliar a coleta de dados para que a atualização seja feita em tempo real. “Nós temos uma grande base de dados e trabalhamos em conjunto com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A nossa maior dificuldade é conseguir inserir no banco de dados as informações em tempo real. Estamos procurando caminhos agora para ter o acompanhamento e absorção dos dados para diminuir a defasagem. Com os dados que atualmente já temos, podemos atender as prefeituras e o estado e fazer a depuração conforme as necessidades dos gestores municipais e estaduais para oferecer informações mais minuciosas”, avalia o presidente da Ceperj.

O Observatório do Turismo Fluminense se prepara agora para mensurar o impacto da pandemia em todos os municípios do estado. “A mensuração (dos dados) está em todos os municípios. Nós monitoramos o impacto da pandemia no turismo do interior do estado, porque são muitas as cidades que dependem do turismo e têm datas relevantes no seu calendário turístico. Temos algumas festas tradicionais que sofreram o impacto do novo coronavírus. O Festival da Cachaça em Paraty, os hotéis-fazenda de Valença e Barra do Piraí também foram afetados, assim como a Região Serrana, com a festa da colônia alemã”, aponta Lopes.

Gabriel Lopes destacou que mesmo em ano pandêmico, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada pela revista Forbes um dos principais destinos turísticos do mundo e, segundo ele, com os devidos cuidados, outros municípios podem seguir o exemplo e continuar desenvolvendo o potencial turístico, ainda que limitados por restrições sanitárias. “É hora de sair da inércia. Nós vamos trabalhar e provocar todos os interessados a 'colocarem seu tijolinho'. Estamos tocando ações integradas. Todas as atividades que possam interessar ao município a gente vai oferecer aos Executivos municipais. Um dos produtos que nós temos é o 'município na palma da mão'. Por meio dele, colocamos todas as informações que são de relevância para determinado município, inclusive os levantamentos do Observatório do Turismo“, revela.

O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (16/02), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de áudio. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (20/02), às 17h, e domingo (21/02), às 20h.