Entre abril e junho de 2020 e governo federal economizou mais de R$400 milhões com o teletrabalho. A medida tornou-se padrão mundial em razão das restrições de circulação adotadas para o combate à pandemia de Covid-19. O Rio em Foco desta segunda-feira (21/09) vai apresentar os benefícios e desafios do trabalho em casa e mostrar a forma como instituições públicas e privadas estão adaptando sua rotina produtiva neste novo cenário.
Juliana Legentil, pesquisadora da Universidade Federal de Brasília e mestre em desenho do teletrabalho, relata que algumas instituições do setor público começaram a adotar o teletrabalho gradativamente a partir de 2012, chegando a ter entre 10 a 15% de seu efetivo trabalhando em casa. Contudo, segundo ela, o aumento repentino da demanda por soluções remotas de gerenciamento trouxe um grande impacto. "Antes da pandemia as instituições públicas tinham somente uma parcela do quadro funcional neste sistema, e com a pandemia, teve que ser feita uma ampliação significativa. As organizações públicas precisaram repensar toda a comunicação institucional e toda a infraestrutura para que todo o quadro funcional pudesse trabalhar à distância num espaço muito curto", explicou a pesquisadora.
“Cerca de 360 mil servidores do Executivo Federal estão em trabalho remoto atualmente, o que corresponde a 62% da força de trabalho. Com a ampliação do teletrabalho, pretendemos, além de utilizar de maneira mais eficiente os recursos públicos, potencializar a produtividade, acompanhar as mudanças e inovações mundiais e garantir o bom atendimento à população”, explica ao site oficial do governo, Wagner Lenhart, secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia.
Renato Contaifer, fundador da Officeless, contou que trabalha com o tema há 12 anos e percebia que antes da pandemia ele era restrito a visionários que enxergavam o trabalho remoto como uma tendência do futuro. "Com a pandemia, tivemos uma procura muito grande, então criamos um guia de acesso gratuito sobre como trabalhar remotamente em situações de emergência", revela.
Legentil pondera que ainda há resistência na cultura organizacional do setor público a ausência presencial dos funcionários. “Estamos em transição de uma cultura baseada na presença física para o fortalecimento de uma cultura baseada na confiança e na entrega”, reflete.
Algumas instituições públicas desenvolveram cursos e manuais para facilitar a adoção do trabalho remoto. Este foi o caso da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro). "Logo no início da pandemia vimos a necessidade de oferecer aos servidores novas ferramentas para lidar com essa nova dinâmica que se impôs. Nós então lançamos um curso introdutório ao teletrabalho e ao ensino à distância. O êxito foi muito grande, tanto que, mais a frente, a própria Escola Nacional de Administração Pública fez uma parceria conosco e levou o curso para plataforma nacional", avalia o diretor da Escola de Gestão e Políticas Públicas da Fundação Ceperj, Leonardo Mazzurana.
O Curso Introdutório ao Teletrabalho e Ensino à Distância da Fundação Ceperj inclui em seu conteúdo dicas, ferramentas de teletrabalho, informações sobre segurança on-line e tópicos como entregas e metas. O objetivo é oferecer aos servidores públicos experiências, informações práticas e possibilidades de se prepararem para manter a qualidade do trabalho, agora desenvolvido remotamente. Acesse gratuitamente o curso aqui.
O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 15.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (22/09), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de Podcast. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (26/09), às 17h, e domingo (27/09), às 20h.