Fórum vai elaborar carta com posicionamento das instituições sobre a Reforma do Ensino Médio

Construir um documento conjunto com a posição das instituições sobre a reforma do ensino médio é o próximo passo da Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica, que se reuniu nesta sexta (19/05), no auditório do Conselho Regional de Contabilidade. O objetivo é elaborar uma carta para ser apresentada durante o evento que debaterá o tema, a ser realizado no segundo semestre pela Comissão de Educação, em parceria com o Fórum de Desenvolvimento do Rio, órgãos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

“Como etapa de preparação para o evento vamos trabalhar na consolidação de uma visão sobre o que o estado pensa a respeito da Reforma do Ensino Médio e como olhar para a nossa reforma e melhorar a qualidade do que é ensinado aos nossos estudantes”, explicou a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha.

Segundo Geiza, o documento terá como base a ideia de que a Educação precisa ser vista de forma integrada. "Temos debatido nos encontros que a separação de responsabilidades hoje existente entre os três poderes (municípios são responsáveis pelo ensino fundamental, os estados pelo ensino médio e o governo federal pelo ensino superior) impacta diretamente na qualidade do que é entregue ensino", explica.   

O encontro dessa sexta também serviu para avaliar o evento que discutiu a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) na Alerj no mês de abril. Para os membros da Câmara, ainda é necessário haver um debate mais aprofundado sobre o assunto, que é alvo de críticas por parte dos educadores. Antes de aprovação do BNCC, o Conselho Nacional de Educação (CNE) realiza cinco audiências públicas regionais para tratar o tema junto com a sociedade. A da Região Sudeste está marcada para o dia 25 de agosto, em São Paulo.

A Base Nacional Comum Curricular Comum (BNCC) teve a sua proposta final apresentada no início de abril pelo Ministério da Educação. Ela define o que os alunos da educação básica devem aprender em cada etapa escolar e tem previsão de chegar às salas de aulas das redes públicas e privadas em 2019. A partir da homologação da nova base pelo MEC, prevista para novembro, os estados e municípios terão dois anos para elaborarem seus próprios currículos.

“Vão acontecer mudanças na educação, mas não temos a noção completa de que mudanças são essas. As propostas que constam no BNCC, por exemplo, não estão bem pensadas nem de acordo com o significado do papel da educação nos dias de hoje. Então, daqui a quatro anos vamos precisar de uma outra reforma, como aliás sempre ocorreu no Brasil. É uma mudança na educação que não leva em conta as questões culturais, sociais e econômicas de cada região. A construção de um currículo tem que ser local e não a partir de teorias universalistas, assim como não se pode separar a formação profissional da educação humana”, disse Nassim Medhedeff, que participou da reunião. Estiveram presentes representantes do Centro Regional de Expertise da Universidade das Nações Unidas (RCE/UNU), da UEZO, da ADESG, e assessores parlamentares dos gabinetes dos deputados Waldeck Carneiro (PT), Comte Bittencourt (PPS) e Luiz Paulo (PSDB).

Veja a matéria da TV Alerj - Fórum vai elaborar carta com posicionamento das instituições sobre a Reforma do Ensino Médio