Agricultura familiar do estado foi responsável por 200 mil refeições sustentáveis durante os Jogos

Das 14 milhões de refeições servidas para atletas e mídia durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, 200 mil foram exclusivamente provenientes da agricultura familiar do estado do Rio de Janeiro, grande parte delas de produção também orgânica. Os dados são de Richard Smith, analista de Conservação da WWF-Brasil e coordenador executivo da iniciativa Rio Alimentação Sustentável, que teve como objetivo apoiar o Comitê Rio 2016 na viabilização da oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis. Smith apresentou nesta sexta (23/09) o balanço dos resultados do projeto na Alerj para os membros da Câmara de Agronegócios, do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

“Tivemos bons resultados, mas eles poderiam ter sido ainda melhores”, afirmou Richard que apontou a conjuntura política e econômica às vésperas dos Jogos, como um dos impedimentos. Já Sylvia Wachsner foi além. Para a diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), parceira da Rio Alimentação Sustentável, foi uma oportunidade desperdiçada. “Foi uma vitrine perdida. Perdemos a chance de mostrar a nossa biodiversidade para o mundo e desenvolver a nossa produção agrícola e familiar”, disse.

Dos 12 caterings contratados para os Jogos, um conseguiu atender 100% dos critérios propostos pela iniciativa, utilizando apenas produtos da agricultura familiar fluminense. Porém, todos compraram carnes com selo de certificação de desmatamento zero e 10 de pescado sustentável, por exemplo. A Rio Alimentação Sustentável mapeou 6 mil fornecedores certificados em todo Brasil que serviu como um guia para os caterings.

Richard também apontou a realização durante as Olimpíadas de feiras orgânicas com produtos sustentáveis em praças importantes da cidade como um fator de sucesso. “As Feiras Rio Alimentação Sustentável foram realizadas durante três dias nas Praça do Ó, na Barra da Tijuca, e no Largo do Machado, na Zona Sul, e fizeram parte da programação dos Jogos”, contou. Além disso, foi oferecido um jantar para 150 chefes de estado apenas com produtos da agricultura familiar. Os pratos servidos vinham com uma explicação sobre os benefícios sociais e a procedência de cada alimento”.

Outra questão levantada por Richard foi que as lições apreendidas durante os Jogos do Rio serão divididas com os organizadores da Tóquio 2020. “Nossos resultados foram melhores do que os obtidos em Londres e temos certeza de que no Japão será ainda superior”.

Para Ronaldo Nogueira Martins, especialista técnico setorial da Firjan, é preciso fortalecer toda a cadeia de alimentos, que responde pela quarta maior produção industrial do estado, para promover a agricultura familiar.

“A Câmara Setorial de Agronegócios volta a se reunir no dia 19 de outubro e vamos continuar discutindo o fortalecimento dos pequenos produtores rurais do Rio. Uma saída viável seria o fornecimento de alimentos para as escolas públicas, ja objeto de leis e programas, favorecendo a agricultura familiar”, afirmou Geiza Rocha, subdiretora do Fórum de Desenvolvimento.

 

Veja as apresentações do evento - link

Assista matéria da TV Alerj sobre o evento - link

Ouça a matéria da Rádio Alerj - link


Saiba mais:

Ecogastronomia já movimentou R$2,6 bilhões no Brasil em 2016 

- Fórum identifica desafios para ampliar mercado de orgânicos no estado