Jovens pedem uma abordagem policial menos agressiva e mais respeitosa

Idade, gênero, cor, classe social e território são elementos que influenciam a abordagem policial, segundo a pesquisa Abordagem Policial, Estereótipos Raciais e Percepções da Discriminação na Cidade do Rio de Janeiro, realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Candido Mendes.

 

A partir do tripé quem aborda, quem é abordado e quem vê a abordagem, os jovens que participam da construção colaborativa da Plataforma Juventude Segura definiram ações propositivas como a conscientização dos moradores das favelas sobre os procedimentos técnicos, quando um cidadão é parado pela Polícia Militar (PM), através de meios de comunicação e o respeito e o cumprimento destes pelos policiais.

Essas sugestões foram compartilhadas no último encontro temático que aconteceu nesta quarta-feira (31/08), na Biblioteca Parque, no Centro.

A rodada de debates contou com a participação da coordenadora do CESeC, Sílvia Ramos e do policial militar, De Freitas que trataram o assunto Abordagem Policial e Juventude.

“É importante estudar como ela ocorre porque no mundo inteiro ela é um momento importante entre polícia e sociedade. A partir desse encontro o cidadão estabelece impressões sobre esse agente de segurança”, disse Sílvia.

Já De Freitas, enumerou os canais existentes para apurar o desvio de conduta dos policiais:

“A policia não pode ser um projeto político, mas um projeto de Estado alinhado às demandas sociais. Existem mecanismos de correção policial para casos de  abusos a partir da ouvidoria geral, a corregedoria da PM, o disque denúncia e a ouvidoria da UPP, Paz com Voz.”

Para a moradora do Jacarezinho, Sabrina Casimiro, de 20 anos, a oportunidade de conversar com outros jovens a ajudou a exteriorizar suas ideias e a enxergar novas possibilidades:

“Gostei muito de como se deu a elaboração disso. O assunto de hoje foi muito interessante porque é o nosso dia a dia. Eu tive a oportunidade de expor um pouco do que vivo, aprender como me portar, como me defender e a quem recorrer”.

Mobilização

Durante o evento, a secretária adjunta da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), Roberta Ferreira, prontificou-se a utilizar o modelo realizado na Plataforma como referência para discussões em âmbito nacional.

“Fiquei muito motivada em levar isso que vocês estão fazendo aqui no Rio de Janeiro para todo o país. Estamos querendo aproximar a juventude dos inúmeros problemas e peculiaridades do tema segurança.”

A Plataforma é uma iniciativa da secretaria de estado de Segurança Pública, articulada com as secretarias de esporte, lazer e juventude, e de cultura, ONGs e o Unicef.  O objetivo é contribuir para a construção e consolidação dos direitos de crianças e adolescentes, através da mobilização e articulação de diferentes segmentos governamentais e da sociedade.

O encerramento dos encontros está previsto para a próxima terça-feira,  06/09, às 13h30, no Museu do Amanhã.