Fórum mobiliza entidades para compromisso com Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

“A humanidade só se preocupa com as ameaças imediatas. As de longo prazo, tendem a ser empurradas com a barriga”. O alerta foi feito pelo presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio), Haroldo Mattos de Lemos, durante a reunião do Fórum de Desenvolvimento do Rio, que teve como intuito discutir os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e convidar a uma reflexão sobre a possibilidade de alinhá-los às propostas desenvolvidas pelos grupos temáticos do Fórum. O documento das Nações Unidas traz metas econômicas, sociais e ambientais a serem trabalhadas e cumpridas até 2030. Na reunião, realizada esta quinta (03/03) no auditório da ACRio, membros das oito câmaras setoriais do Fórum conheceram os ODS, que mobilizam os diversos setores da economia, e foram convidados a contribuir para a disseminação e alcance das metas.

“Que cidade hoje pensa no Brasil? Nenhuma, todas estão olhando para as suas mazelas. O Rio é o único que continua olhando para o Brasil”, afirmou Paulo Protásio, presidente da ACRio, que abriu o encontro, que se seguiu com uma palestra de Haroldo Mattos Lemos sobre o histórico do desenvolvimento sustentável no mundo e os 17 objetivos destacando a importância das empresas nesse processo. “O protagonismo da questão ambiental deixou de ser dos governos e passou a ser das empresas. A maioria dos governos planeja até as próximas eleições enquanto as grande indústrias pensam a longo prazo. Elas já perceberam que se não começarem a mudar agora, não haverá ambiente de negócios lá na frente”, explicou.

Ao ser questionado sobre quais objetivos seriam as mais importantes, Haroldo não titubeou: “Se eu só pudesse escolher apenas um, escolheria garantir uma educação de qualidade em todos os níveis. A ONU já comprovou que toda a vez que se melhora o nível de educação de uma comunidade, se reduz a velocidade de crescimento populacional, proporcionando melhoria na saúde da população e permitindo que no futuro as pessoas possam ter empregos com remuneração decente. E o mais importante: a melhora no nível da educação permite que os políticos adotem medidas para o desenvolvimento sustentável que são amargas a curto prazo. Isso significa que elas exigem sacrifícios. Se a população não tem um nível de educação adequado, ela não entende que é preciso fazer sacrifícios agora para que as futuras gerações tenham uma qualidade de vida satisfatória”, afirmou Haroldo.

Além dos 17 objetivos, desmembrados em 169 metas, a Agenda 2030 é baseada em cinco p´s ligados ao desenvolvimento sustentável: planeta, pessoas, prosperidade, paz e parcerias e requer uma participação ativa de todos, incluindo governos, sociedade civil, setor privado, academia, mídia. “Temos uma agenda ambiental na universidade que procura criar mecanismos para controle do consumos de água, por exemplo. Esse movimento é um papel nosso. As smart cities são promissoras, mudam essa realidade, e sem população educada isso não existe, é preciso pensar local com pilotos modestos", defendeu a professora Shirley Coutinho, coordenadora executiva da Agência PUC-Rio de Inovação.

Para Geiza Rocha, subdiretora do Fórum de Desenvolvimento do Rio, a reunião foi produtiva. “Tivemos representantes das nossas oito câmaras setoriais presentes. E a ideia foi provocar uma reflexão sobre como alcançar esses ODSs unindo os diversos setores. As empresas já se mobilizam, mas quanto mais rápido as políticas públicas dialogarem com esses objetivos mais fácil será vê-los cumpridos”, concluiu. A próxima reunião da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável está marcada para o dia 7 de abril, das 10h às 12h.

Para conhecer os ODSs acesse o link: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/