De olho no crescimento do setor rural do interior do estado, o Sebrae vem realizando o projeto Fomento ao Turismo Rural, que busca estimular o crescimento do setor, através de cursos de capacitação e apoio mercadológico. Atualmente, o projeto contempla quatro municípios no Rio de Janeiro: Barra do Piraí, Paraty, Petrópolis e Nova Friburgo.
Atendendo a 60 empresas no total, o projeto tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento do turismo rural nas propriedades, fazendo com que empreendedores aprimorem e diversifiquem seus produtos, atendendo à demanda turística e gerando lucro. De acordo com a gestora do projeto, Tayssa Pinheiro, houve um aumento no reconhecimento dos empresários do setor.
“Mesmo sem os números exatos da pesquisa, podemos perceber que já tivemos um crescimento e um reconhecimento junto aos empresários do setor de turismo rural. Queremos que os turistas passem pela experiência de conhecer uma fazenda histórica, ou de apreciar a gastronomia local, aprender como funciona o processo de produção de alimentos e bebidas, além de perceber como é a vivência no meio rural”, destacou, ressaltando que a primeira parte do projeto já foi concluída.
“Nós iniciamos o projeto com os cursos de capacitação e inovação, criamos flyers, realizamos visitas técnicas e mostramos para os empreendedores a importância do engajamento no setor. Agora, estamos desenvolvendo o processo de roteirização, onde trabalharemos no mapeamento das empresas que participam do projeto, englobando fazendas históricas, sítios, gastronomia local, produção agrícola, hospedagem e até o transporte”, afirmou Tayssa.
Apesar de já estar sendo encaminhado, a gestora ainda contou que o Sebrae está reescrevendo o projeto, estendendo-o até o setor mercadológico, que passará a ser projeto Fomento ao Turismo e Mercado Rurais.
Em Ipiabas, distrito de Barra do Piraí, a empresária Ana Carolina Moura Gomes Pereira explicou que as capacitações são muito boas, mas que nem todos os empresários aproveitam a oportunidade. “Essa primeira fase nos permite ficar prontos para formatar o nosso produto, mas ainda não divulgamos”, disse Ana Carolina, ressaltando que o projeto é muito bom, mas ainda é bastante complexo.
“No Brasil, é muito difícil o pequeno proprietário mostrar o seu trabalho. Estamos nos movimentando para fazer essa divulgação antes, até porque precisamos mostrar que temos futuro no setor. Temos que mostrar o quão rico o interior do estado é, mostrando sua cultura, sua agricultura e sua culinária para os turistas”, destacou a dona do estabelecimento Empório dos Arcos, em Ipiabas.
Apesar do andamento do projeto, a gestora Tayssa Pinheiro afirmou que não irá expandi-lo para outros municípios neste ano. “Terminaremos o trabalho iniciado nessas quatro cidades, para que depois possamos levá-lo para outros lugares”, concluiu.
No país, o Sebrae tem investido R$ 6 milhões em projetos voltados para o segmento. De acordo com o estudo Retrato do Turismo Rural no Brasil com foco nos Pequenos Negócios, realizado pelo Sebrae, a atividade de turismo rural se desenvolve no Brasil há mais de 20 anos. Dos pesquisados, 27,12% atuam no turismo rural há menos de cinco anos; 30,5% de cinco a 10 anos; 20,3% de 11 a 20 anos; e 22% há mais de 20 anos.
Definida como atividade eminentemente familiar (88,1% dos casos), o turismo rural no Brasil envolve a participação de três ou mais integrantes da família (86,6%), o que indica que a contratação de funcionários é uma prática pouco adotada, sendo que 46,4% dos empreendimentos não têm empregados; 23,2% têm entre um e dois empregados e 30,4% têm três ou mais empregados.
Texto por Yuri Gerstner