Cidade do Rio aposta em tecnologia e educação para reduzir em 25% o lixo descartado em aterro

Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Conceitos alinhados á sustentabilidade que uma vez postos em prática podem gerar economias e melhoras na gestão. É no que aposta a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para a cidade do Rio de Janeiro.

Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Conceitos alinhados á sustentabilidade que uma vez postos em prática podem gerar economias e melhoras na gestão. É no que aposta a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para a cidade do Rio de Janeiro. Na palestra realizada nessa terça-feira (04/11), presidente da Comlurb, Vinicius Roriz, apresentou para alunos da PUC-Rio as ações que vem sendo adotadas pela companhia para reduzir em 25% o lixo enviado ao aterro sanitário de Seropédica até 2018, e diversificar os meios para reaproveitamento dos resíduos.

Políticas como o Lixo Zero e a implantação de 300 equipamentos de lixo na Favela da Maré, foram , segundo Roriz sucesso rápido. A partir da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora, o acesso às comunidades foi facilitado. Os Laranjões são grandes caixas coletoras de lixo com capacidade total para 3 mil litros de resíduos. Antes os sacos de lixo ficavam na rua e eram revirados pelos animais, atraindo vetores de doença. "Antes da instalação dos 'laranjões', em julho desse ano, a favela tinha 136 pontos identificados de infestação de ratos, hoje este número caiu para 11 pontos", afirmou Roriz.

Ele também abordou na palestra a política do Lixo Zero, que faz parte do projeto Desenvolvendo Novas Atitudes (DNA), em vigor desde agosto de 2013. O principal objetivo do DNA é a conscientização da população. “O plano de ação foi baseado na Lei de Limpeza Urbana, que está em vigor desde 2001. Observamos que a mecânica dela não era eficiente e fizemos um planejamento. Quem descumprir a lei vai ter uma punição.Não mexemos na lei, nem nos preços das multas mas só o fato de começar a fiscalizar e de colocar a lei em prática reduziu o volume de lixo recolhido nas ruas em mais de 40%”, ressaltou o presidente da Comlurb. 

Além da coleta seletiva, que conta hoje com 24 caminhões, os resíduos sólidos também serão aproveitados no tratamento de sua fração orgânica. A Comlurb quer ampliar a produção de composto orgânico. Segundo Roriz, através da compostagem feita pela companhia foi possível reflorestar o morro do Urubu e da Babilônia em 2009. Ele destaca que o procedimento ainda é feito em pequena escala.

Outro projeto apresentado foi a Central de Triagem 'Comunidade Limpa', em fase de liberação para licitação. Ela vai possibilitar que as cooperativas de reciclagem operem dentro das comunidades, empregando mão de obra local e trazendo os coletores de lata de alumínio para dentro das cooperativas. “A solução da limpeza urbana é fazer o lixo andar menos. Queremos diminuir a perna logística reduzindo os gastos em deslocamento e aplicando em soluções como essa” explicou.

A geração de energia, é uma outra oportunidade para valorização de resíduos, neste sentido Vinicius Roriz destaca o papel das universidades: “Como a gente produz energia de uma forma economicamente viável? Existem iniciativas científicas, tecnológicas nas universidades que estão buscando essa solução. Nós temos trabalhado junto com elas, com a UFRJ e com várias outras universidades, não só aqui do Rio como de outras cidades”, afirma. O presidente da Comlurb destacou os estudos para produção de um gás de síntese, a partir de alimentos, madeira e óleos para o aproveitamento energético. "Essa é uma iniciativa nova, de ponta, que a gente está acompanhando pra ver se consegue aplicar”, destacou o presidente da Comlurb.

Beatriz Perez