Aterro Sanitário é fonte de energia combustível para Região dos Lagos

O Aterro de Dois Arcos foi criado em 2008 para suprir a demanda dos municípios da região, que não tinham opções de descarte de lixo adequado. Agora esse aterro vai utilizar o próprio biogás para produzir o Gás Natural Renovável em substituição ao Gás Natural Veicular.

O Aterro de Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia, foi criado em 2008 para suprir a demanda dos municípios da região, que não tinham opções de descarte de lixo legal e adequado. Agora esse aterro, em parceria com a empresa Ecometano, vai utilizar o próprio biogás liberado pelo lixo para produzir o Gás Natural Renovável (GNR) em substituição ao Gás Natural Veicular e comercializá-lo na região, em postos de gasolinas e na rede distribuidora da Companhia CEG (Gás Natural Fenosa Brasil). O projeto foi apresentado nessa quarta-feira (29/10), no Clube de Engenharia, durante a palestra "Aproveitamento Energético de Resíduos".

A comercialização do gás terá início no dia 14 de novembro, quando um frigorífico local vai utilizar o biometano para fazer o refrigeramento de sua empresa. O aterro recebe hoje, 700 toneladas de lixo por dia, tendo o potencial de receber de 150 a 200 toneladas a mais, na medida em que os municípios que ainda não destinam corretamente seu lixo o façam. “ Em vez de enxergar um monte de lixo, vimos um poço de gás maduro”, afirma o executivo da Ecometano, Marcio Shittini. Hoje os municípios atendidos são São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Iguaba Grande, Araruama, Saquarema, Casimiro de Abreu e Silva Jardim.

A intenção de utilizar o gás como combustível em vez de energia elétrica é uma opção empreendedora. Ao confrontar os possíveis retornos financeiros, o combustível é mais lucrativo. A ideia do projeto é que ele seja um piloto, e que a iniciativa se multiplique a partir do momento que seja rentável, estimulando a criação de novos aterros sanitários. “É importante que a Dois Arcos seja mais do que um projeto tecnológico, seja um negócio comercial”, explicou Marcio Shittini. ”Todo o Biogás estava sendo queimado,  os gestores do aterro tinham pena porque sabiam que aquilo poderia dar dinheiro. A Ecometano fez essa parceria para oferecer energia pra Região dos Lagos,e os estudos constataram que é mais eficiente transformar o biogás em biometano do que em energia elétrica para distribuição nacional”, explica Shittini.

O pioneirismo nesse empreendimento está no seu grau de sustentabilidade. A energia produzida a partir do lixo de uma população de mais de 400 mil pessoas, é retornada para ser utilizada no local. “Em Gramacho, a Usina de Biogás produz para a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), para ser utilizada pela Petrobras, aqui é a primeira vez que se produz para o uso da sociedade no País.”

Segundo Marcio Shittini, a lei estadual 6361/2012, conferiu segurança ao empreendimento. Ela dispõe sobre a política estadual de gás renovável, e obriga que as concessionárias de distribuição de gás canalizado do Rio, caso da CEG, adquiram todo o GNR produzido no Estado até 10% do volume de gás total distribuído por elas. Portanto, elas teriam que comprar 1 milhão e meio m³/dia de GNR, o aterro Dois Arcos oferece 15 mil m³/dia. “ A Dois Arcos é um pequeno projeto para subsidiar um novo combustível”, afirma Shittini. Além de injetar o gás em gasodutos da rede de distribuição da CEG, o aterro também projetou uma estrutura para encher carretas de GNR para distribuir em postos de gasolina e no mercado industrial interessado.

Confira aqui o site do aterro Dois Arcos 

Confira aqui o site da empresa Ecometano

Por Beatriz Perez