Para aumentar a produtividade no setor da construção civil é necessário investir e incentivar transformações em capacitação de mão de obra, inovações tecnológicas e organização da produção. Este foi o resultado do estudo “Construção Civil: desafios 2020”, realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O objetivo do estudo foi detectar os problemas e soluções para alavancar o setor da construção civil nos próximos anos no Brasil.
De acordo com o vice-presidente executivo do Sistema FIRJAN, Augusto Franco, a escassez de mão de obra é um problema “que veio para ficar” devido, dentre outros fatores, ao envelhecimento da população brasileira, fenômeno semelhante ao ocorrido na Europa desde a década de 90.
O estudo sugeriu ações para serem tomadas pelas entidades e empresas ligadas ao setor, em três eixos principais:melhoria da capacitação profissional, uso de novas tecnologias e valorização das carreiras ligadas à construção civil.
Para o presidente do Sinduscon-RJ, Roberto Kauffmann, a melhoria de qualificação da mão de obra e as inovações tecnológicas são muito importantes para alavancar o setor da construção civil nos próximos anos, mas ele também chama a atenção para o problema causado pelo excesso da burocracia na hora da aprovação dos projetos pelos órgãos públicos. “Hoje você vai aprovar um projeto na prefeitura, você leva de oito meses a um ano. Então é possível fazer isso mais rapidamente, usando processos tecnológicos modernos. Já existem alguns no Brasil e precisam ser mais difundidos”, defendeu.
Em relação à capacitação de mão de obra, Kauffmann mostra que já há melhorias: “A formação de mão de obra já está avançando bem. Graças ao Senai, em parceria com os serviços sociais. Isso tudo é muito importante para nós. Nos processos de formação tecnológica nós estamos buscando parceiros fora do Brasil”. Ele, porém, diz que o setor da construção civil no Brasil precisa melhorar a absorção das inovações tecnológicas e sair do “artesanato” da construção.
Ações
A partir do segundo semestre desse ano, a Firjan oferecerá programa de educação complementar para engenheiros e arquitetos, em parceria com os sindicatos e universidades do Rio de Janeiro. O objetivo é formar mão de obra mais adequada às necessidades do setor, com profissionais capazes de acompanhar as demandas do mercado.
Outra necessidade apontada para os próximos anos é o incentivo para a inovação tecnológica, alvo do projeto chamado “Vigilância Tecnológica”. O projeto utiliza um banco de dados online onde será possível identificar quais empresas estão utilizando novas tecnologias e, assim, possibilitar a interação e a troca de experiências entre os empresários.
O objetivo é possibilitar na prática a vivência dos novos processos e, consequentemente, a difusão deles pelo país. Este projeto faz parte do Plano Integrado de Inovação , que é um conjunto de ações que o Sistema FIRJAN planeja realizar para fortalecimento e aumento da competitividade da construção civil.