Exército busca parcerias para implantação de polo tecnológico em Guaratiba

A hélice tripla tem se mostrado cada vez mais necessária para que os projetos avancem. Com foco nisso, o Exército Brasileiro tem buscado parceiros nos setores público e privado, a fim de dar prosseguimento aos projetos da área de defesa tecnológica.

A hélice tripla, parceria que envolve governo, empresa e mundo acadêmico, tem se mostrado cada vez mais necessária para que os projetos avancem. Com foco nisso, o Exército Brasileiro tem buscado parceiros nos setores público e privado, a fim de dar prosseguimento aos projetos da área de defesa tecnológica. “A ambição do Exército é sair da era industrial e criar uma força terrestre na era do conhecimento”, disse o general Luiz Felipe Linhares durante o Fórum Empresarial de Defesa e Segurança, realizado no auditório da Firjan, em maio.

O caminho para ingressar na era do conhecimento é a implantação do Polo de Ciência e Tecnologia de Guaratiba (PCTEG). De acordo com o general Jaldemar Rodrigues de Souza, o projeto, idealizado em 1970, busca estruturar transformações do Departamento de Ciência e Tecnologia, para um novo Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, reunindo, assim, as principais organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento militar.

O polo, de 26 km², prevê um investimento inicial de R$1,5 bilhão em infraestrutura. O alto valor não é o menor dos obstáculos. “O projeto tem duas áreas: a de infraestrutura e a de capacitação. Precisamos ter as pessoas preparadas, tanto qualitativa quanto quantitativamente, com o intuito de suprir essas áreas. Hoje, o nível de pesquisadores é insuficiente”, explicou, afirmando que a expectativa é a melhor possível para a execução do projeto. “O país está caminhando para isso e sinalizando as repostas nesse sentido, seja com as indústrias ou com as nossas academias”, afirmou.

Para o general, tal processo visa a estabelecer um modelo de negócio que viabiliza as demandas da nação. “Nós queremos criar um polo de desenvolvimento, não para o Exército, e sim para a nação”, declarou Linhares, destacando que as parcerias são fundamentais. Para Carlos Erane de Aguiar, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), o polo é uma necessidade para o estado do Rio de Janeiro. “Toda essa tecnologia e esses conhecimentos que nós temos aqui no Rio, estão concentrados em várias forças armadas, e isso é fundamental para nós, até porquê as inúmeras empresas que estão investindo hoje em nosso estado, os investimentos que o governo está fazendo, são de uma importância fundamental”, finalizou o presidente do Simde.

Buscando enaltecer a importância da parceria com a Firjan, órgão que realiza a mediação entre as indústrias e o governo, o general Linhares destacou em sua apresentação que a implantação de projetos, como o Plano de Obtenção de Capacidades Materiais, tem se tornado cada vez mais difícil. “Estamos precisando de diversos materiais, como munição 105 mm, plataforma de armas e equipamentos de engenharia, e é por conta disso que a parceria com as empresas do setor industrial é tão necessária. É o Exército Brasileiro e a indústria de defesa juntas, trabalhando lado a lado”, afirmou.

Linhares ainda apresentou os projetos estratégicos estruturantes, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron); a Defesa Antiaérea; o Sistema Integrado de Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres (Proteger); o Guarani; o Astros 2020; a Defesa Cibernética; e a Recuperação da Capacidade Operacional (Recope).

Destacado pelo general, as parcerias público-privadas serão fundamentais nas criações do novo Colégio Militar, em Manaus, do PCTEG e dos hospitais militares em Manaus e Brasília. De acordo com Erane, presidente do Simde, o sindicato já está correndo atrás das parcerias necessárias para pôr os projetos em prática. “Vamos nos reunir com o governo do estado, com a prefeitura, e com a Firjan, para que possamos dar prosseguimento aos projetos aqui apresentados”, disse.