Cadeia da indústria ferroviária se reúne para debater inovações no setor

O Congresso de Inovação Tecnológica na Indústria Ferroviária e Metroviária (CITIFer), que acontecerá no dia 23/09 de 2013, na sede da Firjan, irá reunir representantes governamentais e universidades em uma discussão sobre o cenário, tendências e perspectivas da indústria.

O Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado em 2012, vai investir R$ 91 bilhões nas ferrovias, sendo R$ 56 bilhões só nos primeiros cinco anos, o que representa um marco para a indústria metroferroviária. Os investimentos protagonizados pelos projetos correspondem a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e podem ser considerados um marco para o setor produtivo, que agora precisa focar na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para atender a demanda nacional.

Para debater o assunto, o 1º Congresso de Inovação Tecnológica na Indústria Ferroviária e Metroviária (CITIFer), que acontecerá no dia 23 de setembro de 2013, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), irá reunir a cadeia produtiva, representantes governamentais e universidades em uma discussão sobre o cenário, tendências e perspectivas da indústria. O evento é uma realização da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).

Produção nacional

De acordo com o presidente da Abifer, Vicente Abate, a indústria ferroviária tem avançado e investido continuamente para elevar sua competitividade. Nos últimos dez anos, o investimento na indústria foi de R$ 1,5 bilhão em novas fábricas, treinamento de pessoal e desenvolvimento de novas tecnologias para atender as necessidades da sociedade. “Em 2012, só as empresas associadas da Abifer produziram 12 mil vagões de carga, mil carros de passageiros e 250 locomotivas”, explicou.

Com a previsão do PIL de construção de 11 mil quilômetros de ferrovias de carga e 6 mil em ferrovias de passageiros até 2030, a expectativa é que a indústria aumente ainda mais sua participação na economia. Segundo Abate, a indústria ferroviária brasileira prevê fornecer, ao longo da década atual, 40 mil vagões de carga, 2.100 locomotivas e 4 mil carros de passageiros.

Para isso, a indústria nacional tem focado na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e no domínio de novos processos e tecnologias para aumentar o nível de competitividade. Em destaque entre as novas tecnologias já desenvolvidas em conjunto com as concessionárias em território nacional, estão os vagões gôndola de 150 toneladas para o transporte de minério de ferro e o vagão hopper para açúcar a granel, que teve o tempo de descarga reduzido de 45 minutos para um.

Segundo o presidente, o domínio de tecnologias como a do vagão double stack para transporte de contêineres empilhados, muito utilizado nos Estados Unidos, locomotivas de 4.400 HP com corrente alternada e o vagão tanque auto-portante com capacidade de transporte até 118 mil litros de combustível irão aumentar a capacidade de carga e produtividade dos veículos. Ainda, a fabricação nacional de veículos leves sobre trilhos (VLT) e carros de passageiros com consumo de energia reduzido também devem alavancar o setor.

Para Abate, os investimentos para o desenvolvimento de veículos prometem levar a indústria a atingir um nível de competitividade internacional e impulsionar as exportações. “O foco é melhorar a produtividade e reduzir os custos de produção com o aumento da capacidade de fabricação e inovação nacionais”, afirmou.

Políticas públicas

As políticas públicas para a indústria metroferroviária têm sido consideradas favoráveis para o setor produtivo. Para o presidente da associação, as condições de financiamento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a desoneração da folha de pagamentos, e o estabelecimento da margem de preferência de até 20% para o setor no ano passado trouxeram otimismo ao empresariado. “A indústria tem percebido condições mais vantajosas e competitivas para realizar investimentos”, declarou.

Entretanto, Abate sinaliza que para atingir uma redução significativa do custo logístico brasileiro ainda há muito por fazer já que hoje a malha ferroviária de cargas possui apenas 30 quilômetros completos e 5 em construção. “Seria preciso 50 mil quilômetros de ferrovias para que o sistema possa atender satisfatoriamente o País e reduzir os custos logísticos nacionais”, concluiu.

Serviço:

1º Congresso de Inovação Tecnológica na Indústria Ferroviária e Metroviária (CITIFer)

Data: 23 de setembro de 2013

Horário: 9h

Local: Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan)  - Av. Graça Aranha, 01, Centro, Rio de Janeiro, RJ

Inscrições: http://www.citifer.org.br/