Câmara de Desenvolvimento Sustentável debate as previsões globais para os próximos 40 anos

Problemas ambientais do futuro serão consequência do nosso modelo político e econômico atual. É exatamente isso que alerta o livro intitulado “2052 – Previsões globais para os próximos 40 anos” do professor Jorgen Randers que foi apresentado pelo professor Heitor Gurgulino de Souza

Os problemas ambientais do futuro serão consequência do nosso modelo político e econômico atual. É isso que alerta o livro intitulado “2052 – Previsões globais para os próximos 40 anos” (não traduzido para o português), do professor Jorgen Randers que foi apresentado pelo presidente do Capítulo Brasileiro do Clube de Roma, o professor Heitor Gurgulino de Souza, na 3º Reunião da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável, nesta quinta-feira, dia 4 de abril, na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

 De acordo com Gurgulino "Randers apresenta respostas sobre o que aconteceria com o planeta se atitudes não forem tomadas para garantir a sobrevivência sustentável do mundo. Essa preocupação é decorrência do lento processo de tomada de decisões em relação ao tema ambiental", disse o professor sobre a obra, que se baseou em um amplo trabalho de pesquisa que coletou textos de 35 especialistas mundiais em assuntos ligados ao tema sustentabilidade. 

Entre as propostas que o autor apresenta sobre cooperação para a solução desses problemas, estão o uso das energias renováveis (energia que vem de recursos naturais como sol, vento, chuva), a mudança da visão mundial de consumo de curto para longo prazo, a criação de institutos supranacionais que incentivem o debate e a vigilância do tema e a criação de novas metas para as os países emergentes.

O livro apresenta cenários atuais que, se não forem modificados por gestores públicos, iniciativa privada e principalmente pela população serão irreversíveis, como o crescimento do nível do mar em 0,5 metros, o aumento da temperatura mundial em cerca de 2 graus centígrados e o fato de emitirmos, hoje, uma quantidade de gás carbônico (CO2) duas vezes maior do que a terra é capaz de absorver. Gurgulino também falou que "2052 - Previsões globais para os próximos 40 anos" tem previsões indicando que por volta de 2030, a terra terá cerca de 8.1 bilhões de habitantes e diminuiriam os recursos renováveis e a produção de alimento, diferentemente do nível de poluição, que aumentará.

Para Geiza Rocha, subdiretora-geral do Fórum, reuniões como essa tem por objetivo a análise da atual conjuntura social para que se possa pensar em como acelerar este processo de transição do modelo insustentável de hoje para uma sociedade mais justa, igualitária e menos consumista "Recentemente fizemos na Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável a apresentação do documento “Visão Brasil 2050”, elaborada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) em parceria com 500 representantes de 70 empresas, além de instituições acadêmicas, organizações não governamentais (ONGs) e representantes de governos estaduais e federal (que pode ser vista aqui) que tratava desse tema. Com a apresentação do “2052 – Previsões globais para os próximos 40 anos” pudemos enxergar as semelhanças entre as análises e constatar que o debate da sustentabilidade é muito importante  e deve ser tratado como prioridade no Fórum de Desenvolvimento este ano".

De acordo com o presidente do Instituto Brasil - Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos, o debate é essencial e a situação requer urgência. "Necessitamos acima de tudo de uma vontade política para aceitar o desafio de transformar o atual cenário e não aceitar mais essa espécie de procrastinação das grandes decisões ante as propostas de solução. São necessários políticos de estado com a noção de que esse crescimento e desenvolvimento sem limites coopera para aceleração da insustentabilidade", ressaltou.

Segundo Gurgulino, Randers é otimista, apesar de vislumbrar um futuro nebuloso pela frente. "Já assisti duas vezes palestras dele sobre o livro e o considero otimista por acreditar na capacidade das pessoas de reagirem e a partir de pequenas mudanças ajudar a tornar nosso futuro mais sustentável", disse. O professor afirmou que já está providenciando a tradução da publicação, e que está na fase de buscar parceiros para a empreitada. "Já conseguimos os direitos do livro e a idéia depois de traduzi-lo é distribui-lo gratuitamente para as universidades, escolas e para o poder político", afirma.

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