Logística comprometida prejudica o estado

As principais estradas fluminenses de acesso à importantes centros econômicos do país estão em condições precárias. Estudo da Firjan prevê o aumento dos acidentes nessas estradas e faz o levantamento do alto custo que a falta de investimentos nas rodovias trará para o estado.

A situação precária da Via Dutra, da Ponte Rio-Niterói e rodovia Rio-Juiz de Fora provoca cada vez mais acidentes e mesmo não estando previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prejudica diretamente a economia do estado. A condição das estradas somada ao aumento do volume de tráfego de veículos resultará no aumento do número de acidentes.

Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), no período entre 2013 e 2021, o volume de tráfego na Rio-Juiz de Fora (BR-040) terá aumento de 71,7% que representa 45,7 mil veículos/dia. Os 13 quilômetros da Ponte Rio-Niterói receberão 115 mil veículos por dia, 47,9% a mais que em 2012. A Via Dutra terá o tráfego aumentado em 55,8%, superando os 39 mil veículos/dia

O estudo estima ainda que o número de acidentes vai subir 76% e o número de mortes vai praticamente dobrar chegando a 96% no período se nada for feito. Além das perdas humanas, os acidentes têm elevado custo econômico que nos piores trechos dessas rodovias somará 2,6 bilhões de reais entre 2013 e 2021.

O estado dessas estradas dificultam também o acesso do Rio a São Paulo, maior economia e principal centro industrial do país e Minas Gerais, terceiro maior mercado nacional. A principal região industrial do estado, Resende e Volta Redonda e o Norte Fluminense, região que mais cresce no estado, também ficam com o acesso prejudicado. A logística fica comprometida e o estado perde competitividade.

A falta da duplicação e modernização da Serra das Araras, na Dutra, e da Serra de Petrópolis, na BR-040, e a ausência de bons acessos nas duas pontas da Ponte Rio-Niterói são os três principais gargalos rodoviários do estado e estão cedidos à iniciativa privada. O levantamento mostra que para resolver os problemas seriam necessário 2,7 bilhões de reais. Se nada for feito, os prejuízos anuais causados pelos acidentes nesses trechos vão aumentar chegando a 540 milhões de reais em 2021. Os cálculos incluem apenas os acidentes e não os prejuízos causados pelos engarrafamentos diários.

Apesar de serem consideradas prioritárias, as obras não estão previstas nem pelo governo federal, nem pelas concessionárias das rodovias. Em dezembro, Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento em Logística (EPL), afirmou que o governo quer fazer estas três obras e negociará com as empresas, mas não quer pedágios mais caros nem prorrogar contratos. O objetivo é fazer com que as empresas façam as obras e sejam ressarcidas depois.

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