Quem paga a conta?

Durante duas semanas o mundo passou pelo Rio de Janeiro. Militantes e ativistas de todas as partes e governantes debateram formas de tornar nossa existência mais sustentável. É preciso orientar políticas e criar mecanismos de implementação destas políticas.

Durante duas semanas o mundo passou pelo Rio de Janeiro. Militantes e ativistas de todas as partes do globo terrestre e governantes debateram formas de tornar nossa existência mais sustentável. E eu resumiria a Rio + 20 e a timidez das resoluções fruto do "consenso possível" em cinco pontos: 

- Ficou cristalino que grande parte das pessoas reconhece a importância da sustentabilidade, mas sabe pouco por onde começar. Sustentabilidade não está só na Amazônia e na sua biodiversidade. Ela inclui a vida nas cidades, a forma como nos deslocamos, o que fazemos com o nosso lixo. Ela começa em casa; 

- As indústrias já conseguiram estabelecer algumas metas para atender a um novo perfil de consumidor, mais consciente. Talvez a grande virada esteja aí: é mais fácil começar pelas pessoas, e não pelos governos a grande mudança. 

- Os países estão empurrando o quanto podem a assinatura de tratados de redução de emissões e as ações de sustentabilidade porque sabem o quanto custa mudar as suas plantas industriais. Eles são instados a responder a desafios mais urgentes como garantir emprego aos seus cidadãos e manter a roda da economia girando. O desafio da economia verde é mostrar que este caminho pode incluir mais do que excluir e pode dar resultados rápidos, ainda que os efeitos maiores sejam a médio e longo prazos; 

- O debate sobre quem sustenta as mudanças nos países mais pobres saiu sem resposta. Dinheiro é importante sim, mas a governança talvez seja o grande diferencial. É preciso orientar políticas e criar mecanismos de implementação destas políticas. Garantir que as decisões amargas sejam tomadas. 

- Em todos os eventos de que o Fórum de Desenvolvimento do Rio participou, a Educação foi citada por 100% dos especialistas como o primeiro passo para uma sociedade e um mundo sustentáveis. Este desafio é urgente e concreto. E se não saímos da Rio + 20 com um passo a passo, que tal começarmos por ela nossa revolução? 

O resto é consequência.

(Geiza Rocha)

Este artigo foi publicado no Jornal Capital: Mercado e Negócios