Artigo: Diálogos Metropolitanos

A cultura setorial reduziu a gestão estadual à gestão de projetos que se sobrepõem ou geram vazios institucionais. É preciso criar espaços de sinergia e políticas em que o compartilhamento de ações e a divisão de responsabilidades sejam seguidos e monitorados pela sociedade civil.

A cultura setorial reduziu a gestão estadual à administração de projetos que ora se sobrepõem, ora geram vazios institucionais. Para vencer este paradigma é preciso investir na criação de espaços de sinergia e na construção de políticas que tenham como princípio o compartilhamento de ações e a divisão de responsabilidades, seguidas e monitoradas pela sociedade civil. 

No ano passado, o governo do Estado contraiu um empréstimo de 485 milhões de dólares do Banco Mundial para investir na retomada da governança da Região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. A tarefa é no mínimo desafiadora. Hoje, 75% da população, quase 11 milhões de pessoas, vive em 20% do território. Tal concentração somada à série de investimentos que estão sendo realizados, e que têm um potencial incrível de modificar o território fluminense, exigem planejamento e uma coordenação de esforços para resolver questões como a mobilidade, a gestão do lixo, a questão fundiária, dentre outros. 

Para dar conta deste desafio e atingir a meta definida junto ao Banco Mundial, a Secretaria de Obras, que coordena o projeto Rio Metrópole, está buscando parceiros e pessoas interessadas em contribuir na formulação de um modelo de gestão da Região Metropolitana. Um comitê estratégico, formado por dez secretarias estaduais, tem se reunido periodicamente e uma série de Diálogos, que têm início dia 31 de maio, vão reunir experiências e informações para contribuir na formulação de um plano estratégico para esta região. 

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico vai contribuir com este debate reunindo seus integrantes e mobilizando-os a participar deste projeto. Está cada dia mais nítido que sem criar um sistema de governança nos diferentes níveis de Governo, dificilmente conseguiremos aproveitar as oportunidades que estão surgindo com o pré-sal, siderurgia, industria automobilística e outras, para melhorar os índices de educação e saúde da nossa população. Para acompanhar estes debates acesse nosso site www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br.

(Geiza Rocha)

Artigo publicado no Jornal Capital: Mercado e Negócios de 29 de maio a 4 de junho de 2012