Evento debate responsabilidade do gestor e qualidade das obras públicas

As dificuldades de planejamento e orçamento das obras públicas em curso no estado foram debatidos nesta terça-feira (13/12) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), durante evento realizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado.

As dificuldades de planejamento e orçamento das obras públicas em curso no estado foram debatidos nesta terça-feira (13/12) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), durante evento realizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado. No debate estavam presentes os presidentes da Empresa de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno Junior, e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, entre outros. Presidente da Alerj, o deputado Paulo Melo (PMDB) abriu o debate, destacando a centralidade deste tema no atual contexto do Rio. "O estado vive um ciclo de desenvolvimento sem comparação, sendo o que mais recebe investimentos no Brasil. Com isso, é muito importante este debate, para que possamos otimizar as obras públicas, reduzindo prazos e custos", destacou.

O deputado Luiz Paulo (PSDB) criticou as licitações que são realizadas para obras públicas, que, segundo ele, são feitas baseadas em projetos básicos e não projetos executivos, o que faz com que os prazos sejam estendidos e os custos, aumentados. "Na verdade não se faz nem mesmo um projeto básico, é menos que isso. Precisamos entender que gastar tempo planejando é economizar tempo na construção", afirmou. O presidente da Emop falou das dificuldades enfrentadas pelo órgão, mas anunciou que a capacidade de formulação de projetos será aumentada com a chegada de 80 novos arquitetos e engenheiros à empresa, em janeiro de 2012. "Todos os órgãos públicos do País estão defasados para a elaboração de projetos executivos. Por isso fazemos projetos básicos que acabam precisando ser alterados, mas com a chegada de mais pessoal vamos melhorar nossa atuação", afirmou Ícaro.

Presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro afirmou que a falta de projetos executivos no momento da licitação são a principal causa de problemas nas obras públicas atualmente. "Esta é uma questão que precisa ser enfrentada pela engenharia e pelos órgãos públicos brasileiros. Infelizmente, na maioria das vezes em que só há um projeto básico temos tido problemas. Outros países costumam gastar muito mais tempo planejando, mas executam a obra até cinco vezes mais rapidamente que no Brasil, com um aumento de custo e prazos mínimo", ressaltou. "Tem que haver uma cultura política e técnica que sustente que esta adaptação ocorra, porque no final todos sairiam beneficiados, inclusive as próprias empresas", completou Guerreiro. O deputado Paulo Ramos (PDT), que propôs o debate, destacou que os empreendimentos precisam primar pela qualidade, principalmente em obras de saneamento e habitação. "Temos que dar sustentação e qualidade a obras públicas que, muitas vezes, representam a oportunidade de uma vida digna para a população", pontuou.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Firjan-RJ), Mauro Viegas Filho, acredita que os problemas ocorrem por conta da enorme demanda por infraestrutura do País. "Vivemos este drama porque o Brasil está defasado em termos de infraestrutura, e estamos correndo atrás para conseguir atingir as necessidades mínimas", frisou, antes de alertar: "Mas não podemos correr demais, pois poderemos ter maiores atrasos, custos e prejuízos. Gastar em planejamento não é gastar, é investir". No debate estavam presentes ainda o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio (Sinduscon-RJ), Roberto Kauffman; o presidente do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Henrique Ribeiro, e o diretor financeiro do Clube de Engenharia, Luiz Carneiro de Oliveira.

(texto de André Coelho)

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