Especialistas debatem gargalos e oportunidades do setor náutico do Rio

Durante muitos anos, o Rio foi o maior produtor do segmento náutico, mas a partir dos anos de 1980, a produção caiu. Após anos de abandono, o governo do estado reduziu, em fevereiro de 2009, o ICMS para o setor de 25% para 7%. O Rio em Foco abordou os impactos deste incentivo e as perspectivas do setor náutico para os próximos anos.

Durante muitos anos, o Rio de Janeiro foi o maior produtor do segmento náutico, mas a partir dos anos de 1980, a produção caiu. Após anos de abandono, o governo do estado do Rio reduziu, em fevereiro de 2009, o ICMS para o setor de 25% para 7%. Para abordar os impactos deste incentivo e as perspectivas do setor náutico para os próximos anos, o programa Rio em Foco, que vai ao ar nesta segunda-feira (19/07), às 22h, na TV Alerj (canal 12 da NET), reuniu o presidente do Sindicato das Marinas do Estado e da Marina Verolme e diretor da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos (Acobar), Antônio Carlos Lobato, o consultor do pólo náutico da UFRJ, Ronaldo Fazanelli, e o diretor da revista Velejar e Meio Ambiente, Antonio Luis de Souza.

Segundo Lobato, os incentivos estão ajudando a tornar o estado competitivo. "A Marina Verolme é um pólo náutico. Temos 72 empresas instaladas e cinco estaleiros. Devido à redução do ICMS e também das isenções que a Prefeitura do município de Angra dos Reis nos dá, dois grandes estaleiros estão chegando. As empresas não pagam ISS nem IPTU. Por isso, estamos em um nível bastante competitivo no mercado internacional, mas queremos mais", afirma.

Uma pesquisa da Acobar de 2008 aponta que 71% da produção náutica está na região Sudeste, com São Paulo e Rio de Janeiro nos primeiros lugares. O Pólo Náutico da UFRJ, centro de formação de mão-de-obra especializada, está suprindo o que hoje é considerado um dos maiores gargalos no setor. “Dos anos de 1990 para cá, os materiais ficaram mais complexos e a mão-de-obra precisa ser melhor qualificada. O operário qualificado que vai construir embarcações precisa ser familiarizado com novos métodos de construção náutica e é isso que o Pólo Náutico procura oferecer”, diz o professor e consultor do pólo, Ronaldo Fazanelli. Ele acrescenta que nos últimos dois anos o pólo formou cerca de 30 técnicos por ano.

Quanto à geração de empregos, o setor náutico possui uma posição relevante. Cada barco construído gera 7 empregos diretos, mas, segundo pesquisa de Fernando Amorim, professor da UFRJ, um barco construído pode vir a gerar até 70 empregos. De acordo com o diretor da revista Velejar e Meio Ambiente, Antonio Luis de Souza, dentre as especialidades exigidas estão o de carpinteiro, instalação elétrica, pintor, estofador, especialista em ferragens especiais. "O número de pessoas que podem depender desse mercado é muito alto, daí a importância do investimento”.

Quando indagado sobre a possibilidade de incentivo à exportação de produtos fabricados nacionalmente, o professor Fazanelli alerta: “Temos que pensar no mercado global. Nós temos problemas que a indústria europeia não tem, como, por exemplo, a taxação excessiva do trabalho e os impostos da cadeia produtiva. É preciso pensar se o preço final será competitivo”.

SOBRE O RIO EM FOCO

O Rio em  Foco é o programa de TV semanal do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio. Apresentado pela secretária-geral do Fórum, a jornalista Geiza Rocha, o programa terá reprises no sábado (24/07), às 17h, e domingo (25/07), às 20h.

A partir da próxima terça-feira (20/07) o programa também estará disponível no site www.rioemfoco.rj.gov.br. Para saber em que canais a TV Alerj pode ser sintonizada no estado do Rio, basta acessar o site www.tvalerj.tv/Sintonia.do.