13/11/2025
O diretor de Tecnologia da Elea Data Center, Gustavo Pereira, esteve presente na reunião das Câmaras de Tecnologia e Energia, nesta quinta (13/11), para tirar as dúvidas sobre o Rio AI City, que prevê um ecossistema digital pioneiro localizado no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. No encontro, o representante explicou o viés sustentável, e o andamento do projeto no país, abordando as potencialidades e projeções para o futuro.
Segundo Gustavo, o Rio AI City tem design e um master plan (plano diretor) desenvolvidos pela empresa Hyphen, que incorpora soluções como o green skin design, materiais sustentáveis, estratégias de ventilação natural, iluminação eficiente, e redução de resíduos em todos os processos, com 100% de energia renovável.
Diante da preocupação dos membros do Fórum na última reunião sobre o consumo de água e o consumo energético, o representante tranquilizou o grupo.
“Equipamentos que fazem o resfriamento dos computadores utilizando água, com as utilizadas nos seus ares-condicionados, são equipamentos de pelo menos 20, 15 anos atrás. As tecnologias de refrigeração hoje em dia são mais eficientes, principalmente as que estão sendo especificadas para esse tipo de projeto de AI, que tendem ao zero no consumo de água”, afirmou Gustavo, que também afirmou que se gasta mais águas nos banheiros do datacenter do que de fato no resfriamento.
“O líquido refrigerante, utilizado lá no chip do Datacenter, de fato existe, mas é bem pouquinho, e não é água. Ainda assim, ele está num circuito fechado, onde passa por filtros, retorna e não fica sendo dispensado no meio ambiente. Não existe evaporação nesse ambiente, por exemplo, que é uma das formas que se tem de dissipar calor (...) hoje, a gente costuma dizer que do ponto de vista da água, gasta-se mais água nos banheiros do Data Center e na infraestrutura acessória do que de fato no resfriamento”, explicou.
Gustavo também falou sobre o gasto de energia dos maquinários. O representante chegou a dizer que as pessoas confundem o consumo do usuário residencial com o consumo em escala industrial, como o utilizado pelos Data Centers, e que por isso, poderiam surgir associações descabíveis quanto ao impacto energético do projeto ao meio ambiente.
“O Brasil tem excedente na produção de energia (...) e aí o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e todo o setor de energia tem trabalhado no sentido de preparar essa nossa infraestrutura para os próximos anos, dada a crescente demanda de energia, principalmente para os Data Centers. Lá na ponta, a gente tem a distribuidora, que seria a Light no Rio e a Enel no resto do estado. Logo, a primeira coisa que é importante dizer no sentido da energia é que Data Centers pequenos de fato consomem a energia da distribuidora (...) Então, uma oscilação na Light, por exemplo, pode estar ali na área compartilhada com o Data Center e por isso, poderiam dizer que ele está aumentando o consumo. Porém, Data Centers de grande escala, como os que estão sendo propostos para inteligência artificial, eles não se conectam na mesma rede, eles não vão lá na Light, vão na rede básica e quando você acessa a rede básica, não há compartilhamento daquela infraestrutura com o usuário final, você vai à base da energia”, frisou.
Para entender sobre a mão-de-obra necessária, o professor da UERJ, Antônio Lima, ainda perguntou ao diretor sobre a perspectiva de técnicos e profissionais especializados para a realização do projeto.
“Falando especificamente sobre construir e colocar o Data Center para funcionar, a estimativa que a gente tem é que em torno de 10 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados”, respondeu Gustavo.
O Rio AI City oferece conectividade global por meio de diversos cabos submarinos, que ligam o Rio de Janeiro ao mundo, apoiado por uma infraestrutura energética robusta conectada à principal rede elétrica do Brasil, garantindo energia confiável, escalável e segura, pronta para alimentar o futuro digital.