As demandas de infraestrutura urbana e energética desafiam a expansão de projetos de data centers no estado. O tema trazido pela arquiteta e urbanista Isabella Giesta, representante da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEARJ), permeou as discussões da Câmara de Tecnologia nesta quinta-feira (21/08).
Segundo Isabela, somente o município do Rio tem hoje cerca de 17 centros de processamento de dados fora o projeto o “Rio AI City”, da prefeitura do Rio, que prevê a construção do maior data center da América Latina, e pretende tornar a capital do estado uma referência global em inteligência artificial até 2032.
“Com esse aumento na busca por tecnologia dentro das empresas e do comércio digital, a procura pelos datacenters tem crescido e a gente precisa de mais energia para fazer isso tudo girar. Mas não só a energia, como de infraestrutura urbana, porque vamos precisar de toda uma gama de serviços urbanos e até mesmo de tecnologia para ter isso funcionando. A gente vai usar mais energia, refrigeração e, consequentemente, a água para fazer com que aquilo funcione sete dias por semana durante 24 horas porque não pode parar”, afirmou Isabella, que trouxe a temática que iniciou na Câmara de Energia para esse grupo.
O crescimento dos datacenters gera oportunidades, mas também exige planejamento e políticas públicas para mitigar seus impactos e garantir a segurança enérgica.
“Toda vez que a capital chega com alguma nova proposta, os outros municípios tendem a querer fazer algo semelhante também”, frisou Giesta.
Para o representante do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Marco Pacheco, o ponto principal que o grupo deve avaliar não é a instalação do projeto em si, mas as demandas dele a longo prazo.
“Nos projetos desse porte, precisamos pensar que o data center é completamente atualizado a cada três, cinco anos. Após este tempo, ele é fica velho. Logo, precisamos entender as demandas que teremos daqui a 15 anos, por exemplo, senão cairemos nos planejamentos de que hoje está funcionando e daqui a cinco anos teremos um problema no consumo de energia elétrica na região. Acredito que vale a pena analisar os projetos, verificando a viabilidade de fazer uma distribuição desses data centers para outras locais, para não sobrecarregar somente uma região”, acrescentou.
Reconhecendo os benefícios dos datacenters e as implicações que o atravessam, o subdiretor-geral do Fórum Permanente, Frederico Lima, sugeriu aos membros fazer uma integração com outras Câmaras Setoriais para discutirem o tema, considerando os impactos energéticos e sustentáveis.
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