Inovação agropecuária

Películas biodegradáveis capazes de preservar um coco fresco por mais de 40 dias. Embalagens articuladas e anatômicas que contribuem para redução de perdas de frutas e legumes durante seu transporte. Entre apresentações de produtos inovadores e de parcerias institucionais, representantes de três centros de pesquisa da Embrapa com sede no estado participaram nesta quarta-feira (26/6), de mais uma etapa do projeto Casa Aberta, promovido pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa.

“Esse evento reflete a grande importância que o Fórum tem para o Rio de Janeiro ao trazer entidades fundamentais para o desenvolvimento do estado como a Embrapa e toda a sua inovação e tecnologia no setor agro, que tem muito o que contribuir para o nosso estado. Para nós do legislativo é fundamental essa interação, assim como ouvir, conhecer e poder transformar tudo isso em políticas públicas”, afirmou o deputado Chicão Bulhões (Novo).

O Rio de Janeiro é o estado que mais concentra unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). São centros de pesquisas que desenvolvem inovação e tecnologia e permitiram colocar o Brasil em uma posição de destaque no cenário agrícola mundial, movimentando cerca de US$ 416 bilhões ao ano e contribuindo para a geração de 40% dos empregos do país.

“Esse espaço proporcionado pelo Casa Aberta é muito importante para nos aproximar do poder legislativo estadual que precisa saber como uma empresa de pesquisa agropecuária pode contribuir na construção de políticas públicas e no apoio à formulação de leis que vão de acordo aos anseios da sociedade fluminense. Queremos mostrar aos legisladores que eles têm na Embrapa um apoio técnico e incentivo para tomada de decisões em relação aos projetos de lei que são importantes e estruturantes”, explicou Petula Ponciano, chefe da equipe de Transferência de Tecnologia da Embrapa.

                   

Entre as ações já em curso no Rio de Janeiro que podem contribuir para o desenvolvimento regional fluminense estão a criação de produtos agrícolas de valor agregado como o lúpulo que está sendo cultivado na região Serrana, focando na indústria cervejeira, além da produção de alimentos orgânicos, atendendo a uma demanda cada vez maior de consumidores e do alavancados pelo setor de gastronomia do estado.

“O estado do Rio tem vocações muito particulares e dita muito a moda para todo país. A rede de lúpulo agrega valor à cadeia produtiva, falando não só de agricultura, mas também de agroturismo, de renda, trazendo um diferencial para o estado. O consumo de orgânicos está crescendo muito no Rio de Janeiro que apresenta uma grande demanda para esse tipo de produto.  Se pensarmos nesses nichos de mercado com a questão dos chefs de cozinha, alimento seguro, são inúmeras as possibilidades. Temos que pensar em subsídios também de políticas públicas nas questões da agricultura urbana, no código nacional e serviços sistêmicos por exemplo”, disse o chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Gustavo Ribeiro Xavier.

                   

 “Temos toda a condição de dar aporte técnicos a projetos de lei que possam surgir, dando soluções que fomentem o setor agrícola e agronegócios do estado. O Rio de Janeiro é um estado muito voltado para serviço e petróleo, mas temos terra e pessoas no campo com potencial de fazer muito mais”, disse o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Fernando Teixeira.

                 

A necessidade de criação de uma política estadual de uso e conservação de solo e produção de água, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas foi outra sugestão trazidas pelos técnicos da Embrapa durante o evento.  A exploração com práticas agrícolas inadequadas no passado como a extração de madeira da Mata Atlântica e o posterior cultivo intensivo do café e da cana-de-açúcar acarretaram perda de capacidade produção do solo, desvalorizando as propriedades rurais e causando êxodo rural. Entre outras consequências levantadas esteve a questão do assoreamento dos rios, que gera graves prejuízos ao produtor, além de deslizamentos de encostas e enchentes, em períodos de chuva, e escassez hídrica, em períodos de estiagem prolongada.

“Unir a ciência e tecnologia a quem faz políticas públicas e mostras que a agropecuária do Rio de Janeiro tem a oferecer para o desenvolvimento do estado para que eles possam direcionar o seus projetos de lei que facilite com que isso aconteça como a criação de uma política estadual de uso e conservação de solo e produção de água, que pode até impactar no preço dos alimentos porque a alta erosão é tão grande no Rio que encarece a distribuição de água estado”, afirmou o chefe-geral da Embrapa Solos José Carlos Polidoro.

                   

O projeto Casa Aberta, criado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro, órgão da ALERJ, tem como foco promover a interação entre os deputados e as mais de 50 instituições que o integram. Ele nasceu da necessidade de promover inovação a partir do contato e da interação entre diferentes especialistas, gestores, parlamentares e instituições.