Alerj discute diminuição de voos no Galeão em audiência pública

A redução no número de voos domésticos e internacionais no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim foi o tema da audiência pública realizada nesta quinta-feira (28/03) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelas comissões de Economia, Indústria e Comércio presidida pelo deputado Renan Ferreirinha (PSB) e de Turismo, que tem como presidente o deputado Welbert Rezende (PPS). De acordo com Ferreirinha, entre 2012 e 2018, foi registrada uma queda de 23% no número de voos no Galeão e atualmente o aeroporto ocupa o quarto lugar na movimentação de passageiros em relação a outros aeroportos do país, como Guarulhos e Brasília. O motivo da evasão das companhias aéreas se deve a vários fatores como altos custos operacionais entre eles: tarifas de pouso, permanência e armazenamento.

“Isso impacta negativamente na nossa economia. Em abril vários voos foram cancelados, assim como aconteceu nos últimos meses. Precisamos manter esse debate ativo no estado, aqui no parlamento, no Poder Executivo, em diferentes setores dos poderes privados, públicos. O estado do Rio de Janeiro e a região metropolitana são o farol do país e nós não podemos perder esse espaço’, concluiu o deputado Renan Ferreirinha.

Para o gerente-geral da American Airlines, Elio Hamaoka, a questão da segurança no Rio de Janeiro impacta negativamente entre os americanos. “O acesso ao aeroporto é perigoso, as pessoas têm medo da Linha Vermelha e os usuários também não se sentem seguros em utilizar o BRT como transporte. Há muitos passageiros que têm preferido ir para o Santos Dumont, localizado no centro da cidade, pegar um avião para Guarulhos e de lá pegarem um voo para outros lugares”, destacou Hamaoka.

O presidente da RIOGaleão, Luiz Rocha, também foi ouvido durante a audiência. Para ele a crise na economia do estado é o que mais contribuiu para a queda do número de voos apesar do investimento de R$ 2,5 bilhões da concessionária no Aeroporto Antônio Carlos Jobim. “Apesar disso outras companhias internacionais começaram a operar no Galeão como a Sky Airline, do chile e a partir deste domingo a Norwegian Airlines começará a voar no aeroporto. Nós acreditamos que com o trabalho do governo do estado para atrair mais turistas, consequentemente haverá uma retomada da economia no nosso estado ainda este ano”, afirmou.

Para os membros da Câmara Setorial de Cultura, Turismo e Esportes, que acompanharam a audiência, é preciso que o estado invista na divulgação do Rio no Brasil e no exterior para que a demanda volte a crescer junto com a malha área.

“A discussão foi muito oportuna e é importante trabalhar todos os pontos levantados, mas é preciso fazer a divulgação do destino em nível municipal e estadual. O Rio está na mente de todos, mas na hora de decidir, o turista não vê nada sobre o estado. Ele vê propaganda da África do Sul, da Tailândia, Nova Iorque e Paris, mas não vai se lembrar do Rio. Precisamos de uma divulgação forte tanto no Brasil como no exterior para termos bons resultados”, afirmou Gerard R. Jean Bourgeaiseau, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH).

Já Marcos Navega, presidente da Federação de Convention & Visitors Bureau do Rio de Janeiro, destacou que o Galeão não atende apenas aos fluminenses, mas também aos cidadãos de estados vizinhos como Minas e Espírito Santo. “Precisamos de empresas aéreas que queiram vir e trabalhar no Rio de Janeiro, que queiram promover o nosso estado e precisamos pensar no estado como um todo. As cidades do interior podem contribuir para aumento do fluxo aéreo”, afirmou.

Também estiveram presentes na audiência os deputados Thiago Pampolha (PDT), Chicão Bulhões (NOVO), os secretários de Turismo, Otávio Leite, de Transportes, Robson Ramos, os presidentes da Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JurCaib), Robson Bertolossi, do Sindicato Municipal dos Aeroviários do Rio de Janeiro, Otávio Augusto Pires, a diretora de Relações Institucionais da LATAM, Gislaine Rossetti e o presidente do Instituto Gol, Cláudio Borges.