Ações de voluntariado crescem em todo país

De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário em 2017, o equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais de idade. Os dados são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) e registrou um aumento de 12,9% em comparação a 2016. Apesar do engajamento ainda ser baixo, se comparado aos países desenvolvidos, o número vem crescendo a cada ano. Nesta quinta (22/11), a Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica se reuniu para conhecer um pouco mais sobre o perfil do voluntariado no Brasil e como as empresas e o poder público podem se engajar neste processo.

Durante a reunião, o coordenador da ONG Atados, Gabriel de Faro, apresentou o trabalho da plataforma social on-line que conecta pessoas às oportunidades de voluntariado em causas sociais, e atua na região metropolitana de São Paulo (SP), Grande Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Grande Florianópolis (SC), contabilizando mais de duas mil ONGs parceiras e 86 mil voluntários cadastrados em seis anos de funcionamento.

“Somos um site que conecta voluntários a oportunidades de vagas de acordo com o perfil de atuação desejado. Estimulamos as pessoas a começarem de alguma forma promovendo o engajamento social. Atuamos também com empresas apoiando o voluntariado através de seus programas corporativos”, explicou Gabriel.

A lei do voluntariado no Brasil (Lei 9.608) completou 20 anos em 2018 e considera serviço voluntário a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa. Segundo os dados apresentados, 36% dos voluntários no país são jovens entre 18 e 25 anos, 58% são mulheres e 50% possui ensino superior completo, porém mais da metade dos que continuam realizando serviços voluntários têm entre 35 e 50 anos de idade. A região sudeste concentra o maior número de voluntários com 61% e dois em cada cinco voluntários pertencem às classes A e B.

Além do portal, o Atados também se dedica a desenvolver estratégias de implementação de voluntariado empresarial e responsabilidade social, criando programas que se conectam aos negócios, envolvendo os colaboradores, suas comunidades e potencializando o trabalho de organizações sociais.

                                                     

“As empresas têm um trabalho fundamental no desenvolvimento da sociedade com o seus serviços, mas podem ir além ao engajar as pessoas internamente em um propósito maior, que contribui para o desenvolvendo talentos e a retenção desses colaboradores, além de promover um bem social”, explicou Gabriel, que relatou casos de sucesso de programas de voluntariado desenvolvidos pelo Atados, dentre eles a Copa dos Refugiados, que serviu para chamar a atenção da sociedade para a causa em 2014 e se desmembrou em outras ações em benefício deste grupo. A apresentação dele pode ser acessada aqui.

Voluntariado na Educação Básica e Superior

Em abril deste ano, o governo federal assinou uma resolução do Conselho Nacional de Educação que instituiu diretrizes para o voluntariado na Educação Básica e Superior. O intuito é promover o engajamento e a participação cidadã dos estudantes brasileiros em ações de voluntariado, assim como dar as diretrizes para que as escolas e universidades possam computar nos currículos acadêmicos as horas de trabalho voluntário dos alunos, fomentando a prática. Além disso, a resolução busca promover a utilização dos espaços escolares e universitários para ações voluntárias.

                                                     

Hoje o trabalho voluntário é visto como horas de formação complementar nos cursos de graduação de muitas universidades, como é o caso das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). “Temos várias ações de voluntariado na Facha e muitas foram desenvolvidas por causa de alunos que participaram de programas do Atados e trouxeram essa prática para dentro da instituição. Temos certeza de que esse trabalho de voluntariado é o melhor caminho para o desenvolvimento social do nosso estado e da nossa instituição porque estamos preparando nossos alunos para encarar o mercado de trabalho e um mundo mais sustentável e saudável”, afirmou Marcio Christ, coordenador de intercâmbio da FACHA, que também destacou que o voluntariado é uma exigência de muitas organizações no exterior para a realização de intercâmbios.

                                                    

“O objetivo da reunião de hoje foi conhecer os casos bem-sucedidos de voluntariado nas empresas para que eles possam servir de inspiração para as instituições que compõem o Fórum. E também ao próprio Poder Legislativo, já que nos leva a pensar de que forma podemos trabalhar o tema com nossos funcionários, trazendo satisfação pessoal e com uma imagem mais positiva do que é o trabalho no Parlamento”, concluiu Geiza Rocha, secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

Assista também a matéria veiculada na TV Alerj.