Fórum apresenta iniciativas sustentáveis no manejo do lixo

O conceito lixo zero consiste em aproveitar ao máximo os resíduos e dar a eles um encaminhamento correto. O movimento, presente em vários países do mundo, inclusive no Brasil, tem o intuito de estimular o consumo consciente, mudar hábitos e práticas de vida de forma a incentivar ciclos sustentáveis, onde os materiais são projetados para permitir sua recuperação e uso pós-consumo. Para promover futuras parcerias em torno do tema, o Fórum de Desenvolvimento do Rio organizou nesta sexta (26/10), em parceria com o CEFET-RJ, o evento “Lixo Zero dentro e fora de casa”. Na ocasião, as entidades que compõem o Fórum apresentaram como lidam com a agenda de sustentabilidade em suas instituições. 
 
Os participantes destacaram a importância da coleta seletiva e compartilharam suas experiências. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 99% dos produtos são jogados fora até seis meses depois de comprados. O que significa que serão produzidos dois bilhões de toneladas de lixo só em 2018. 
 
Presidente da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ), Haroldo Mattos de Lemos, falou sobre os obstáculos que afastam do desenvolvimento sustentável e a nova revolução industrial com as chamadas indústrias 4.0. "A espécie humana já dominou o planeta inteiro com uma ação predatória e que compromete nosso futuro. Apesar de o progresso humano ser incontestável, nenhuma espécie destruiu tantas outras e consumiu tantos recursos naturais. As alterações climáticas por conta dos gases de efeito estufa são hoje nosso principal problema.”, avaliou. (Acesse a apresentação aqui).
 
                                                               
 
Já Geiza Rocha, secretária-geral do Fórum, abordou os desafios de traçar estratégias de comunicação sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da implementação da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) na Alerj. "Nós desperdiçamos menos quando temos consciência do nosso consumo. Por isso é importante falar com o público por meio de exemplos que possam ser adotados no cotidiano”, declarou. (Acesse a apresentação aqui).
 
Para Bruno Temer, fundador da Agência de Design MateriaBrasil o desafio que temos pela frente é humano. “Reduzir o consumo é fundamental , mas para isso é preciso informação. Precisamos de um novo modelo econômico, aplicando de fato a economia circular, já que a reciclagem é linear. Digo isso porque, como designer, acredito que qualquer lixo gerado é um erro de projeto”, completou. (Acesse a apresentação aqui).  
 
                                                             
 
Iniciativas
 
As ações do CEFET-RJ foram apresentadas pelas professoras Aline Trigo e Valéria Pereira. De acordo com elas, a instituição difundiu pontos de coleta seletiva de plástico, papel e resíduos por todas as suas unidades, atuou na limpeza e separação do lixo e celebrou um termo de compromisso com cooperativas de catadores, além de lançar uma iniciativa para limpar as praias da cidade. "Nós devemos ser responsáveis por tudo aquilo que produzimos e solidários com as cooperativas de catadores", ensinaram. (Acesse a apresentação aqui).
 
                                                             
 
O evento contou com a participação de centenas de alunos do CEFET. "Foram apresentados temas muito relevantes, com as mudanças que estão acontecendo no planeta. É muito importante que isso seja disseminado", afirmou Gabriel Gouveia, que faz parte do projeto Sol Mar da instituição. O grupo desenvolve protótipos de barcos movidos à energia solar feito com materiais recicláveis. 
 
                                                           
 
Segundo Jonathan Van Speier, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as ações individuais e coletivas são fundamentais para mudar o paradigma de desenvolvimento. Ele relatou que, como resultado de empenho de todos os envolvidos, especialmente dos alunos, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape-FGV) aboliu todas as lixeiras comuns e substituiu-as por pontos de coleta seletiva. "Nosso comportamento nos últimos anos foi parasitário com o ambiente. Só tiramos e não devolvemos. Cada copinho de plástico tem vida útil de 13 segundos, mas leva de 250 a 400 anos para se decompor.  Por isso, na Ebape, nós estamos trocando esse material por copos reutilizáveis ", contou. Ainda segundo Jonathan, a base do desenvolvimento sustentável é a cooperação e a colaboração recíproca, começando por cada indivíduo. (Acesse a apresentação aqui).
 
                                                           
 
Dolores Lustosa, analista de Sustentabilidade do Sebrae-RJ, contou que foi feito um diagnóstico na instituição para saber qual o principal resíduo gerado, que serviu de pontapé inicial para a criação de um projeto piloto. “Em determinado momento, verificamos que a o Sebrae subsidiava  ações de gestão de resíduos sólidos para os micro e pequenos empresários, mas não fazíamos nada internamente”, afirmou. (Acesse a apresentação aqui).
 
Ao detectar a grande quantidade de papel gerada em sua sede, o Sebrae aderiu ao programa Light Recicla, de geração de renda, que troca resíduos recicláveis por bônus na conta de energia elétrica. “Desse bônus, 70% fica para o Sebrae e com os 30% restantes beneficiamos um grande hospital na Tijuca”.
 
Desde 2015 o Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio participa da Semana Lixo Zero, que reúne ativistas de todo o mundo para trocar ideias, expor boas práticas e soluções inovadoras e evidenciar os desafios de fazer a gestão dos resíduos sólidos.
 
Acesse também a matéria da TV Alerj.