Levantamento do potencial do biogás em território fluminense pode gerar oportunidades para o estado

A produção de energia a partir de biomassa apresenta um grande potencial de crescimento nos próximos anos, de acordo com os estudos de planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME). Estados como São Paulo e Paraná já desenvolveram políticas públicas na área, com a inclusão do biogás em suas matrizes energéticas. Para que esse passo possa ser dado também no Rio de Janeiro é preciso primeiro fazer um inventário do potencial da produção de biogás do estado. A constatação foi feita nesta quarta (16/05) durante a reunião conjunta das Câmaras de Energia e de Agronegócios do Fórum de Desenvolvimento do Rio

O encontro, realizado no auditório da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), teve como objetivo debater as oportunidades do biogás no campo e a inclusão do tema na política de estímulo às fontes renováveis de energia no Plano ABC-RJ, de mitigação e adaptação às mudanças climáticas visando à consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura, apresentado na última reunião de Agronegócios.

O encontro contou com a participação de Péricles Pinheiro Filho, diretor de Desenvolvimento de Negócios da CHP Brasil, empresa de soluções em geração distribuída (GD) a gás com foco em cogeração. Na ocasião, Péricles apresentou casos de sucesso já em prática em estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

“No biogás você transforma o que é ruim e jogado na natureza em algo valioso como a energia, elétrica ou térmica, além de produzir fertilizantes. E não sobra nada. Ou seja, todo o resíduo orgânico se converte em riqueza, podendo aumentar a produtividade da área agrícola e reduzir custos com uma energia mais barata”, explicou Péricles. Dentre os principais entraves para a difusão desse tipo de gerador de energia, ele apontou a falta de conhecimento. “Quando não estudamos o potencial do biogás, não reconhecemos o valor que ele tem. Se o governo e a sociedade incentivarem o uso do biogás, seja financeiramente ou de outra forma, valorizando uma cultura com fertilizantes orgânicos por exemplo aí entramos num círculo virtuoso”, disse Péricles, que identificou potencial para os setores de saneamento e dos aterros sanitários na geração de biogás no estado. “Precisamos incluir a Cedae e a Comlurb nesse processo”, sugeriu.

O levantamento de informações proposto pelo grupo visa a identificar onde o Rio de Janeiro produz mais biomassa e onde esse investimento seria mais viável e de que maneira isso poderia ser trabalhado na agricultura.

“A ideia da reunião era incluir a geração de energia a partir da biomassa no Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) do governo do estado. O que ficou claro a partir da apresentação do especialista é que antes desse processo a gente precisa avançar no inventário da biomassa no território fluminense, olhando para agricultura, mas sabendo que ela é de pequeno porte no estado. Então a produção de energia precisa estar em sinergia com outros setores como o de saneamento e de resíduos sólidos”, concluiu Geiza Rocha secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

Clique aqui e veja a apresentação do palestrante.