Média da qualidade da energia fluminense piora nos últimos anos

O fornecimento de energia elétrica no estado do Rio piorou nos últimos cinco anos. De acordo com o estudo “Retrato da Qualidade da Energia no Estado do Rio de Janeiro” divulgado pelo Sistema Firjan nesta terça-feira (11/07), em média, os municípios fluminenses ficaram 25 horas sem energia em 2016. A média nacional é de 16 horas sem fornecimento. O evento de lançamento reuniu representantes dos consumidores, dos distribuidores e da agência reguladora.

A publicação foi elaborada com base em indicadores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que considera tanto a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) como a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). O estudo, apresentado durante o seminário “Energia Elétrica, Indústria e Competitividade”, apontou ainda que, em média, os consumidores do estado tiveram o fornecimento interrompido 13 vezes. Segundo especialistas, a cada interrupção toneladas de matéria-prima são jogadas foras e algumas máquinas levam até seis horas para voltar a produzir.

“A cada suspensão, jogamos toneladas de material no lixo. As indústrias se automatizaram, uma queda na tensão resulta em perda de equipamento eletrônico e de matérias-primas. É um cenário preocupante”, afirmou Mauro Barroso, vice-presidente do Cluster Automotivo do Sul Fluminense. 

A baixa qualidade da energia também foi apontada como um entrave à expansão industrial no estado. Para a Firjan, o acesso à energia elétrica com qualidade, segurança e com preços baixos é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico fluminense. Dentre os pontos a serem melhorados, a entidade defende um maior investimento por parte das distribuidoras e a da criação de indicadores que mensurem as interrupções inferiores a três minutos e o estímulo às smart grids (redes inteligentes).

 “A Aneel negociou a extensão dos contratos com as distribuidoras, o que as obriga a fazer investimentos para aumentar a qualidade. Isso nos dá esperança de que haverá um incremento do serviço. Mas é necessário que a legislação permita aportes em inovação, para que especialmente as indústrias possam usufruir do insumo com mais competitividade”, afirmou Sergio Malta, presidente do Conselho Empresarial de Energia Elétrica da Firjan.

O superintendente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ivo Sechi Nazareno, pontuou que há perspectivas de melhora para o serviço ofertado no estado do Rio a partir de investimentos em obras programados para os próximos anos da ordem de R$ 7 bilhões.

“A agência tem trabalhado para encontrar, cada vez mais, a relação de equilíbrio entre qualidade, investimento e tarifa”, afirmou Nazareno.

O tema já foi debatido pela Câmara de Energia do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

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