Ações de desburocratização podem contribuir no fomento à inovação no estado

Desburocratizar os processos de submissão de projetos para obtenção de recursos nas agências de fomento é uma das ações que podem contribuir para a promoção da inovação no estado, melhorando o ambiente de negócios. A constatação foi feita com base na apresentação da Firjan sobre as práticas de financiamento e fomento para inovação, realizada nessa quinta (06/04) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio do Janeiro (Alerj). O encontro fez parte da agenda de trabalho da Câmara Setorial de Tecnologia, do Fórum de Desenvolvimento do Rio, que reuniu também a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). 

A Firjan realizou recentemente três pesquisas sobre inovação, que tiveram entre outros objetivos investigar como são realizados os investimentos, quais são as principais carências e demandas relacionadas ao financiamento e fomento, além de do grau de conversão dos recursos públicos destinados à inovação em produtos inovadores no mercado. O impacto da burocracia no ecossistema de inovação foi sentido por 32,9% dos empresários que declararam ter enfrentado dificuldades ao ter tentado obter financiamento. Dentre os que conseguiram, 53,8% apontaram as certidões exigidas pelas agências como o principal entrave. Já entre as empresas que não tentaram obter financiamentos, 46% não o fizeram por desconhecimento das linhas oferecidas.

“Mais da metade das empresas relatou dificuldades em pelo menos uma etapa do processo de submissão de projetos. A obtenção das certidões foi o grande gargalo, seguido pelo prazo de notificação da aprovação do projeto. A questão da liberação dos recursos também foi crítica, já que 73,6% das empresas receberam apenas parte do valor solicitado”, explicou Gabriela Padilha, coordenadora de projetos de inovação da Firjan, responsável pela apresentação. Dentre os pontos positivos da pesquisa, Gabriela destacou que mesmo com diversos gargalos, 54% das empresas conseguiram converter recursos públicos destinados à inovação em produtos inovadores no mercado. “Esse número pode ser ainda maior se resolvermos as questões burocráticas”, disse.

A Faperj foi a principal agência utilizada na captação de recursos, tendo sido acionada por 57,3% das empresas entrevistadas. “O posicionamento da Faperj em relação ao ecossistema da inovação e empreendedorismo é de fortalecer esse setor considerado estratégico pelo estado. Buscamos uma aproximação com os atores envolvidos para identificar ações que possam ser desburocratizadas, simplificando requisitos e procedimentos em nossos editais e também na prestação de contas”, afirmou Flavio Toledo, assessor da diretoria de Tecnologia da Faperj. Segundo ele, muitos dos problemas relacionados à burocracia está no entendimento das esferas de governo, com muitos agentes jurídicos com entendimentos conflitantes. “Todas essas ações da Faperj acontecem num contexto de paralisação de recursos, por conta da crise. Isso causa problemas, mas não podemos parar o fluxo de editais porque é preciso fomentar. Estamos buscando parcerias com o setor privado também”, concluiu.

As pesquisas tiveram seus resultados relacionados ao Mapa de Desenvolvimento do Estado, também lançado pela Federação, desmembrados em 13 ações, que vão ser apresentadas na próxima reunião da Câmara de Tecnologia, no dia 2 de maio. “A Câmara focou neste ano em trabalhar o processo de fomento à inovação no estado e trouxe o estudo feito pela Firjan sobre os gargalos nas linhas de financiamento. Vamos agora nos debruçar pontualmente em como desburocratizar esse processo, nos aprofundando nas ações do Mapa de Desenvolvimento, ampliando o conhecimento na elaboração de um seminário que reúna as procuradorias e órgãos jurídicos das instituições e universidades”, finalizou Geiza Rocha, subdiretora-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

 

Acesse a apresentação: Práticas de financiamento e fomento à inovação no estado do Rio de Janeiro

Leia a pesquisa na íntegra: Pesquisa Práticas de financiamento e fomento à inovação no estado do Rio de Janeiro

Baixe o Mapa do Desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro 2016-2025

 

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