Especialistas afirmam que legado olímpico depende da criação de um calendário de eventos

Consolidar um calendário de eventos é um dos principais desafios do estado visando a garantir o legado deixado pelas Olimpíadas. A constatação foi feita durante a reunião da Câmara de Cultura, Turismo e Esportes, realizada nesta quinta (30-03), no Conselho Regional de Contabilidade. O encontro promovido pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, órgão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), reuniu representantes do setor público e privado ligados a esses três setores para debater como coordenar todos esses entes na criação de uma agenda forte, potencializando os benefícios e oportunidades trazidos com a realização dos Jogos Rio 2016.

Segundo Lucio Macedo, diretor de planejamento da Riotur, as Olimpíadas foram vistas por nada menos do que cinco bilhões de pessoas ao redor do mundo. Se ao menos 1% delas se interessarem em visitar o Brasil, teremos um potencial de 50 milhões de turistas. “Os megaeventos atraíram os olhares para o Rio sem que fosse preciso fazer esforço. Agora chegou o momento da ativação, em que é preciso planejar as ações e o poder público tem um papel fundamental como indutor desse processo”, afirmou. Lucio ainda ressaltou que o setor hoteleiro dobrou a sua capacidade para atender aos Jogos e agora é necessário pensar num ciclo de projetos para garantir a ocupação, gerando emprego e renda. “Hoje, o Rio de Janeiro ocupa a 80ª posição entre os lugares que mais recebem turistas no mundo. A meta é estar entre os dez em quatro anos. Para isso, precisamos criar motivos para que as pessoas queiram vir para cá”, completou.

A Integração entre os setores de turismo e esporte em busca de soluções para a ocupação dos hotéis também foi destacada na reunião por Pedro Paulo Sotomayor, assessor especial de projetos do Ministério do Esporte. “O sucesso do legado está na atração de pessoas para o estado e um calendário perene garante também a taxa de ocupação da rede hoteleira. Precisamos buscar saídas em conjunto”, disse. Durante o encontro, Sotomayor também anunciou que foi publicado hoje no Diário Oficial da União a transformação da Autoridade Pública Olímpica (APO) em Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), com o objetivo de acelerar o processo de transição do legado. “Queremos começar a ocupar as instalações usadas nos Jogos de forma intensa, mas progressivamente para que haja segurança. Já realizamos um evento-teste e estamos desenvolvendo projetos. Existe demanda para utilização das arenas e já estamos recebendo solicitações. Além do esporte de alto rendimento, vamos atender também a população. Também temos a intenção de trazer projetos de cultura e entretenimento para essas instalações porque são poucas as modalidades esportivas que conseguem atrair um grande número de público. A longo prazo vamos dar concessões para que a administração passe para a gestão privada”, explicou.

Além da capital, foi verificada a necessidade de se trabalhar também a questão do turismo no interior do estado. “Tivemos algumas possibilidades de divulgar os municípios fluminenses durante as Olimpíadas. Agora precisamos reforçar a publicidade e o fortalecimento das instâncias da governança dos municípios. A cada quatro anos muda-se toda a equipe, precisamos batalhar para que sejam criadas políticas de estado para o turismo, porque assim os governos passam e as ideias ficam”, disse Cesar Werneck, diretor de planejamento e projetos da TurisRio.

O interior também foi lembrado por Marcus Monteiro, diretor do Instituto Nacional do Patrimônio Cultural (Inepac): “Muitos municípios unem numa mesma secretaria as pastas de turismo, cultura, esporte e lazer. A cultura está impregnada em todas as áreas. Há de se pensar também num legado do turismo cultural. Por muito tempo o nosso turismo foi voltado para a divulgação das praias e mulatas, é preciso investir no patrimônio cultural”,

A próxima reunião da Câmara Setorial de Cultura, Turismo e Esporte será realizada no dia 27 de abril. Nela o professor Lamartine da Costa, da pós-graduação em ciência do esporte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), falará sobre o DataSet - Projetos de Pesquisas em Estudos Olímpicos.

 

Acesse os requerimentos para utilização das instalações olímpicas:

Parque Olímpico da Barra - procedimento de solicitação de eventos

Parque Olímpico da Barra - formulário de solicitação para utilização

Deodoro - procedimento para agendamento das instalações 

 

Assista ao vídeo de apresentação do Parque Olímpico da Barra

Assista à matéria da TV Alerj: Especialistas afirmam que legado olímpico depende da criação de um calendário de eventos